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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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OPERAÇÃO SANGRIA

Desembargador diz que Huark mantém forte poder político e econômico e seguia agindo no Estado

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Desembargador diz que Huark mantém forte poder político e econômico e seguia agindo no Estado
Na decisão em que determinou a nova prisão dos seis envolvidos na ‘Operação Sangria’, o desembargador do Tribunal de Justiça, Alberto Ferreira de Souza, revelou indícios de que o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Correia, mantinha as práticas criminosas que o levaram à prisão em dezembro do ano passado. Para o magistrado, o ex-secretário possui “forte poder político e econômico” e atua na suposta organização criminosa há mais de uma década.

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“Reproduzindo trecho de pronunciamento judicial de origem, ‘as prisões dos respectivos indiciados são necessárias, nos termos do art. 312, do CPP, para a garantia da ordem pública (extrema gravidade concreta/frenar a atuação do grupo que tem forte poder econômico e político) e conveniência da instrução criminal (destruição de provas, intimidação de testemunhas e articulação para enfraquecer as investigações’, à luz dos ‘indícios de que a organização ainda está agindo no Estado de Mato Grosso”, escreveu o desembargador. 

As prisões de Huark e de mais cinco membros da suposta organização criminosa foram cumpridas pela Polícia Judiciária Civil na manhã deste sábado (30). Além de Huark, foram reconduzidos à prisão Fábio Liberali, Fábio Taques, Kednia Iracema Servo, Luciano Correia e Fábio Taques Figueireido. Todos cumpriam medidas cautelares em liberdade. O grupo passou por audiência de custória e todas as prisões foram mantidas, por determinação da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Correa.

Na decisão, datada da última sexta-feira (29), o desembargador afirma, ainda, que as prisões deste sábado não representam o fim efetivo das práticas criminosas. “A contextura não nos permite concluir pela efetiva cessação da atuação da organização (...) Posto seja narrada a colaboração de agentes em fornecer alguns dados e informações sobre os fatos em persecução”.

O desembargador também associou o atual caos vivido na saúde pública de Mato Grosso aos crimes supostamente praticados pelo grupo. “O material probatório jungido permite entrever mais um possível episódio de extrema gravidade, como tantos outros que, de resto, nos tempos que correm, tem gerado perplexidades em diferentes e incontáveis âmbitos da Federação, pelas funestas conseqüências das condutas criminosas perpetradas, geradoras de desequilíbrio social e fomentadoras de medo que obliteram a indignidade de uma legião de brasileiros miserandos, assolados pelo mais absoluto descaso para com o sistema de saúde mato-grossense”. 

Sangria

A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.

Segundo a apuração, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado.

Os trabalhos são conduzidos pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), presididos pelo delegado Lindomar Aparecido Tofoli. Os presos estão na Defaz e serão apresentados em audiência de custódia neste sábado.
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