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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Com liminar há mais de 40 dias, idosa pode ter perna amputada por falta de cirurgia

Foto: Reprodução

Maria da Penha Silva Freitas, 68 anos, corre risco de amputação da perna direita caso não seja realizada uma cirurgia vascular.

Maria da Penha Silva Freitas, 68 anos, corre risco de amputação da perna direita caso não seja realizada uma cirurgia vascular.

Maria da Penha Silva Freitas, 68 anos, corre risco de amputação da perna direita caso não seja realizada cirurgia vascular denominada ponte aorto-femoral. A idosa deu entrada no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSM), no dia 15 de janeiro, e saiu de lá depois de dois meses e seis dias.

No último dia 14 de fevereiro, o juiz Wladys Roberto Freire do Amaral determinou que o procedimento fosse realizado no prazo máximo de 24 horas, entretanto, já se passaram mais de 40 dias desde a decisão, e a idosa não foi submetida a cirurgia. 

Leia mais:
Estado não cumpre liminar da Justiça e idosa pode ter perna amputada por falta de cirurgia

Após ser procurada pela família de Maria da Penha, a Defensoria Pública entrou com pedido de tutela de urgência para determinar que o Estado de Mato Grosso submeta a idosa ao procedimento cirúrgico. A liminar foi concedida pelo juiz Wladys Roberto Freire do Amaral no dia 14 de fevereiro.
 
Na decisão, o magistrado determinou que a cirurgia fosse realizada no prazo máximo de 24 horas, sob pena de imposição de multa diária. Apesar disso, Maria da Penha, moradora do bairro Novo Paraíso 2, em Cuiabá, não só não fez a cirurgia, como também foi mandada para casa. "O médico disse que ela poderia pegar uma infecção hospitalar", afirmou Luzenir da Silva Freitas, 49 anos, filha da idosa.
 
"Como a liminar não foi cumprida, vamos entrar com uma nova petição solicitando a realização da cirurgia com urgência. O Estado tem que cumprir seu dever de prestar serviços de saúde à população", afirmou a defensora pública Shalimar Bencice e Silva.
 
A idosa, que vive da pensão do falecido marido (ele morreu em 1999), também sofre com diabetes, hipertensão, colesterol alto e outros problemas de saúde. "A situação dela está muito feia. Estamos fazendo curativo em casa todo dia e também vamos ao Hospital Júlio Müller para fazer curativo uma vez por semana", contou a filha.
 
"O pessoal do Júlio Muller disse que eu deveria aguardar porque o pessoal do HGU ia me ligar para agendar a consulta e fazer novos exames, mas até agora nada", disse.
 
Luzenir afirma que está revoltada com a situação da sua mãe. "Quem foi reclamar na TV conseguiu vaga no HGU rapidinho. Por que a minha mãe não consegue uma vaga de forma normal? Agora, ela está com a perna desse jeito, precisa ser carregada para tomar banho, correndo risco de ser amputada, sendo que tem salvação", indagou.
 
A filha da idosa conta que não sabe até quando vai conseguir pagar pelas fraldas, medicamentos e o carro para levar a mãe ao hospital toda semana. Por causa dessas complicações, Luzenir teme pelo pior.

"Fiquei sabendo ontem que um senhor que estava na sala verde do Pronto-Socorro morreu na quinta-feira (28/3) com o mesmo problema da minha mãe. Ele tinha que fazer cirurgia e foi mandado para casa também. Isso é uma irresponsabilidade desse hospital. Não é parente deles, por isso fazem isso", desabafou.

Outro lado 

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se manifestou sobre o fato. Veja a íntegra: 

NOTA DE ESCLARECIMENTO DE PACIENTE DE CUIABÁ

A Central de Regulação Estadual esclarece que a paciente citada estava internada no Hospital Municipal e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, tendo recebido do Estado à autorização para ser operada no Hospital Geral Universitário. Porém, antes de sua transferência, a paciente recebeu alta médica pelo HPSMC.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informa que a paciente M. P. F. S. será reavaliada por um médico cirurgião vascular na próxima quarta-feira (03.04), no Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade de Mato Grosso (CERMAC). Se necessário, será realizado o reagendamento da cirurgia de ponte aorto-bifemoral. A SES-MT informa ainda que a família da paciente foi devidamente comunicada a respeito dessas providências.

Atualizada às 17h02


 
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