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Delação em xeque

Sérgio Ricardo afirma que Silval mentiu sobre promissórias e inventou histórias para sair da cadeia

28 Abr 2019 - 14:30

Da Redação - Wesley Santiago/Fabiana Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Sérgio Ricardo afirma que Silval mentiu sobre promissórias e inventou histórias para sair da cadeia
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, afirmou que o ex-governador Silval Barbosa mentiu em sua delação premiada, onde disse que entregou ao também conselheiro afastado, José Carlos Novelli, diversas notas promissórias. “O sujeito ficou dois anos preso. Ele deu um jeito, inventou um monte de mentiras para sair da cadeia”, disparou.

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“O Silval está mentindo. Ele disse que iria entregar as notas [promissórias]. No documento que encaminhou, fala sobre a suposta propina que teria pago ao Tribunal de Contas. O Ministério Público Federal (MPF) aceitou a delação. No anexo sete, que é um dos depoimentos, fala sobre a propina, que disse que daria aos conselheiros”, explica Sérgio Ricardo.
 
Segundo o conselheiro afastado, Silval disse que toda vez que pagava propina, o conselheiro Novelli lhe devolvia as promissórias. Sérgio Ricardo foi além e desafiou o ex-governador a entregar as notas. “Ele mentiu. Nunca diga uma mentira que você não pode provar”.
 
“Silval diz na delação que tem as notas promissórias, cadê elas? Ele que no alto de sua experiência estava dizendo à senadora Selma confessar seus crimes. Silval, existem cinco conselheiros afastados por conta das suas mentiras. Você prometeu, se comprometeu a entregar todos os documentos”, acrescentou o conselheiro.
 
“O sujeito ficou dois anos preso. Ele deu um jeito, inventou um monte de mentiras para sair da cadeia. Chega o dia em que ele tem que provar, até agora não o fez. Se ele não apresentar, não tenho dúvida que a delação dele vai cair e se tornar sem efeito. Tem que ser anulada, ela é só mentira. Acusações sem prova. Ele diz em determinado momento que deu 50 cheques para o TCE, onde já se viu um absurdo deste. Cheque deixa rastro, não desaparece ou some na fumaça, cadê eles?”, questinou.
 
Por fim, declarou que o advogado de Silval Barbosa disse, na semana passada, em nota encaminhada à imprensa, que o Silval em momento algum prometeu entregar as promissórias. “Eu tenho a delação, em vários tópicos ele se propõe a falar e diz que vai entregar todos os documentos”.
 
Entrega das notas
 
Apesar de ter relatado em sua delação premiada que assinou notas promissórias e entregou ao conselheiro afastado do Tribunal de Contas do estado José Carlos Novelli, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa afirmou que jamais prometeu que apresentaria estas notas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita por meio de sua defesa, após a Secretaria Judiciária do Supremo informar ao ministro Luiz Fux que não localizou as notas no processo.
 
De acordo com o site nacional Conjur (Consultor Jurídico), a defesa do ex-governador, representada pelo advogado Délio Lins e Silva, se manifestou após a publicação de uma reportagem, em que o site mostrou a declaração da Secretaria Judiciária do Supremo.
 
Por meio de nota, a defesa disse que o governador confirma as informações prestadas na delação, mas que não afirmou em nenhum momento que estava em posse destas notas, ou que as anexaria ao processo.
 
Caso
 
As notas fazem parte das investigações da operação Malebolge e seriam uma das provas de que o ex-governador pagou R$ 53 milhões em propina a conselheiros do órgão de contas. Fux tinha autorizado o compartilhamento das promissórias com o Ministério Público de Mato Grosso. Após a decisão, no entanto, os servidores não encontraram os documentos.
 
O ex-governador Silval Barbosa e ex-secretários estaduais foram acusados de receber propinas para facilitar a liberação de obras públicas. A pedido da Procuradoria Geral da República, os conselheiros foram afastados em 2017 pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.
 
Fruto da Operação Ararath, o processo até hoje não teve apresentação de denúncia pelo Ministério Público Federal.
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