O ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, e os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer confessaram à Justiça que houve pagamento de propina mensal a agente público em um contrato referente ao Hospital São Benedito.
 
A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu liberdade aos três na última sexta-feira (3) ao entender que não persistem mais as razões para a manutenção das prisões e destacou a postura colaborativa dos três.
 
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Na decisão, a magistrada cita que a prisão cautelar foi decretada para a garantia da ordem pública e com o objetivo de interromper a ação dos acusados na obstrução das investigações, como destruição de provas e ameaças a testemunhas.
 
No entanto, a juíza relata que no decurso da ação os acusados adotaram uma postura colaborativa com as investigações. Huark e os médicos confessaram à Justiça que houve pagamento de vantagem indevida a agente público. A intenção deles é detalhar a forma de pagamento, não só com o Hospital São Benedito.
 
Eles também apontaram irregularidades na composição de preço no termo de referência da licitação do Hospital São Benedito, na qual todas as empresas participantes do certame eram de propriedade dos acusados.
 
“Com o fito de demonstrarem a conduta colaborativa, os Embargantes confessam que durante a composição de preço no Termo de Referência da Licitação nº 019/HSB/ECSP/SMS/15, do Hospital São Benedito, as empresas participantes eram todas de propriedades dos Embargantes e que no curso da execução do respectivo contrato administrativo houve o pagamento mensal de vantagem indevida a agente público, de modo que pretendem detalhar a forma de pagamento em favor de agentes públicos, não somente no contrato com o Hospital São Benedito, mas também em outras unidades hospitalares”.
 
Operação Sangria II
 
A operação, oriunda de investigação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), é desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ocorridos no dia 4 de dezembro de 2018, para apurar irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Estado.
 
Foram alvos de mandado de prisão: o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia; Fábio Liberali Weissheimer (médico); Adriano Luiz Sousa (empresário); Kedna Iracema Fonteneli Servo; Luciano Correa Ribeiro (médico); Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
 
O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.