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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Galindo promete acionar delator Alan Malouf no plano criminal e civil para revelar 'face oculta'

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Galindo promete acionar delator Alan Malouf no plano criminal e civil para revelar 'face oculta'
O ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), Fábio Galindo, pretende jogar duro contra a delação premida do empresário Alan Malouf. Citado na delação, ele prometeu questionar a validade das acusações.

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Ao Olhar Jurídico, Galindo garantiu recursos e todas as instâncias. “Vou dar todas as consequências jurídicas possíveis ao fato, no plano criminal e civil”, disse.
 
Alan Malouf delatou Galindo em um suposto oferecimento de blindagem. Conforme colaboração, o ex-secretário de Segurança Pública ofereceu seus serviços como advogado ao preço de R$ 3 milhões.

O valor garantiria influência para estancar atos do Ministério Público e do Judiciário. Antes de delatar, Malouf era alvo por desvio de dinheiro na Secretaria de Educação de Mato Grosso, fatos revelados durante a operação Rêmora.
 
Mensagens vazadas durante a noite de segunda-feira (27) enfraqueceram as acusações do delator premiado. O trecho de uma conversa de WhatsApp mostra uma ameaça que teria sido feita pelo delator. “Vou fuder todo mundo, inclusive você”.

A suposta frase ríspida ocorreu após pedido de ajuda ser negado. Fábio Galindo se negou a interferir junto ao Judiciário e Ministério Público. Se verdadeira, a conversa desmente trecho da colaboração em que oferecimento de blindagem é citado. A reportagem apurou que a troca de mensagens será periciada. 
 
“Quero que as autoridades conheçam essa face oculta do pretenso colaborador Alan Malouf, um homem capaz de confessar assalto ao dinheiro da educação de Mato Grosso e capaz de mentir descaradamente na frente da Procuradora-Geral da República”, disse Galindo ao Olhar Jurídico.

Caso comprovado que Alan Malouf mentiu em sua colaboração premiada, o acordo será desfeito. O empresário também pode ser penalizado. 

Diálogo
 
Preocupado, Malouf decidiu procurar Galindo para pedir ajuda na tentativa de embaraçar as investigações. Para tanto, o empresário cita um bom trâmite do promotor de Justiça com os membros do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
 
Malouf cita o clima pesado e a situação pela qual estava passando, chegando a confessar que estaria temendo a prisão. “Cara, estou desesperado. Tenho família. Estou com medo de ser preso. Você pode me ajudar a segurar isso. Você conhece todo mundo no Gaeco, você é amigo da Selma, você é respeitado”.
 
Porém, Galindo afirma que não há nada a ser feito e que a investigação já está em andamento. “Esse caso já é consolidado, já tem gente presa, está em ebulição. Isso não para. Não existe amizade que segure isso. Seu único caminho é correr, se antecipar, comparecer e apresentar suas provas".
 
O empresário então começa a mudar o tom da conversa. “Fábio, você era meu amigo. Estavamos juntos, vocês viviam em casa, tomava vinho, todo mundo junto. Agora que estou na merda estou sozinho. Você não sabe o inferno que virou minha vida”.
 
Neste instante, Galindo pontua que não acreditava que o empresário iria se meter em uma confusão destas. “Como amigo você tem minha solidariedade. Mas com todo o respeito, nunca imaginei que você fosse se meter em uma confusão dessas, com corrupção, Seduc, sacanagem. Seu discurso sempre foi “do bem de Mato Grosso”. Agora não venha cobrar lealdade em coisa errada que você fez. Separe as coisas. Vá cobrar lealdade dos seus comparsas, não de mim”.
 
Ao ver a negativa de Galindo, o empresário então dispara. “Olha, vou ser bem sincero com você. Vou fuder todo mundo. Todo mundo. Inclusive você”.
 
“Inclusive eu? Você tá louco? Você sabe que nunca fiz nada de errado. A perseguição que sofro é por ter feito  coisa certa e denunciado aqueles grampos. E esse calvário só vai acabar daqui 2 anos, quando esses caras desapearem do poder”, rebate o promotor.
 
O empresário então afirma que seu advogado, Huendel Rolim, supostamente teria dito que “mais vale a versão do que os fatos”. Depois, Malouf ainda acrescenta: “Vou ferrar todo mundo e vocês que se virem”.




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