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de volta à cela

Defesa diz que prisão de Arcanjo foi equívoco: ‘confundiram máquina de cartão com caça-níquel’

29 Mai 2019 - 17:24

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileo / Do Local - Vinínius Mendes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Defesa diz que prisão de Arcanjo foi equívoco: ‘confundiram máquina de cartão com caça-níquel’
O advogado Zaid Arbid, que defende João Arcanjo Ribeiro, afirmou que a prisão do bicheiro foi baseada em equívocos e garantiu que seu cliente não tem mais ligações com o jogo do bicho desde que foi preso em 2003. O jurista também explicou que grande parte do dinheiro apreendido na casa de Arcanjo é declarado e que os investigadores confundiram em interceptações a palavra "máquina", que se referia ao aparelho de cartões de crédito, com equipamentos de caça-níquel.

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“Não acredito que o Arcanjo seja um homem contrário à realidade, um homem com o princípio de idiotice e imbecilidade. Ele esteve 14 anos recluso, 14 anos distanciado de tudo e de todos, então ele não iria voar para trás”, disse o advogado ao chegar no Fórum de Cuiabá para acompanhar o cliente, que deve passar por uma audiência de custódia ainda nesta quarta-feira (29).



Ainda de acordo com Arbid, a prisão de Arcanjo foi baseada em quatro aspectos, que, em sua opinião, são equívocos das autoridades policiais, como um depósito de R$ 20 mil para pagar parte de sua fiança e um suposto envio de dinheiro ilícito para sua família no exterior.

“O primeiro aspecto seria uma ligação para o Geovanni acertar um pagamento com Toninho de R$ 20 mil. Quem é esse Toninho? Ele é um assessor jurídico de meu escritório que recebeu R$ 20 mil, como outras três parcelas de R$ 20 mil para depositar uma parcela de uma fiança de R$ 80 mil da Justiça Federal. O segundo seria uma denúncia do Jorge Toniazzo de que teria sido espancado por alguém a mando do Arcanjo, fato que foi desmentido pelo próprio Jorge Toniazzo”, explicou o jurista.

“O terceiro aspecto que pesa é o Arcanjo estar mandando valores ilícitos por uma terceira pessoa ao Uruguai em benefício da sua família, o que nenhum de nós cometeríamos uma estupidez dessa, e o quarto seria uma conversa do Arcanjo com o Giovanni em que foi mencionado uma máquina, que na verdade era de cartões de crédito e não de caça-níquel”, afirmou.

O advogado também garantiu que os aproximadamente R$ 200 mil apreendido pela Polícia Civil na residência de Arcanjo está declarado e que um documento comprovando que o dinheiro é lícito será apresentado em juízo.

“Estou com a declaração de imposto de renda dele declarado R$ 167 mil reais que estava com ele, para mostrar que origem lícita. Estou aqui para exibir a declaração para o juiz”, finalizou.

A operação
 
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã desta quarta a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
 
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

Uma das organizações é liderada por João Arcanjo e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues. A outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
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