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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Operação Mantus

Quebra de sigilo evidencia movimentação de R$ 11 milhões; interceptação comprova liderança

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Quebra de sigilo evidencia movimentação de R$ 11 milhões; interceptação comprova liderança
Quebra de sigilo bancário do empresário Frederico Muller Coutinho revelou a movimentação de R$ 11 milhões no período de um ano. As informações constam da decisão que autorizou a Operação Mantus, na quarta-feira (29). Policiais cumpriram mandados contra integrantes do jogo do bicho em Mato Grosso.
 
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Duas organizações criminosas foram desmanteladas. Uma liderada justamente por Frederico, popularmente conhecido como Dom. Outra pelo já popular bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Segundo a Polícia Civil, os grupos disputavam o comando dos jogos.
 
Frederico Muller conduzia a empresa Ello (FMC). Quebra de sigilo bancário ocorreu entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018. Enquanto pessoa física, houve movimentação de R$  6,4 milhões.

Pessoas jurídicas vinculadas ao acusado também se envolveram. A empresa Muller Coutinho Assessora de Cobrança movimentou R$ 4,6 milhões. Já a Muller Coutinho Corretora de Seguro movimentou R$ 341 mil.
 
A liderança na organização criminosa acabou demonstrada opor interceptações telefônicas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário. Diversos telefones foram bloqueados.
 
Interceptação cumprida em novembro de 2017 contra os alvos Dennis Rodrigues de Vasconcelos e Glaison Roberto de Almeida Cruz, supostos gerentes comerciais da Ello,  evidenciam a liderança de Dom. Trecho gravado flagra afirmações sobre Frederico ser "o homem que manda". Outra frase explica que se Frederico quiser, as operações são encerradas.

Interceptação realizada em março de 2018 revela que Glaison recebeu uma proposta para firmar parceria com outra pessoa. O terceiro envolvido atuaria em Rondonópolis, possuindo 50 máquinas de jogos. Dennis então aconselha o colega. Ele afirma que “Frederico não iria aceitar”. A negociação “iria virar uma guerra”.


 
“Das conversas travadas e transcritas entre Dennis e Glaison inferese, sem nenhuma dúvida, que a liderança da Orcrim é exercida por ‘Dom’, bem assim, que a alcunha ‘Dom’ é utilizada para se referir ao representado ‘Frederico’”, conclui o juiz Jorge Tadeu, da Sétima Vara Criminal, responsável por autorizar a Operação Mantus.
 
Outro diálogo interceptado revela que Frederico Muller está se beneficiando dos recursos financeiros advindos da contravenção penal. Conversa entre pessoas identificadas como Leender e Edson evidencia que o suposto líder da organização se beneficiou, apenas em um mês, com R$ 150 mil.
 


A operação

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã desta quarta a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
 
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
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