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​JOGO DO BICHO

Defesa afirma que polícia não possui provas contra acusado de praticar sequestro e extorsão para Colibri

05 Jun 2019 - 08:30

Da Redação - Vinicius Mendes / Da Reportagem Local - Wesley Santiago

Foto: Olhar Direto

Defesa afirma que polícia não possui provas contra acusado de praticar sequestro e extorsão para Colibri
O advogado Matheus Lima, que patrocina a defesa de Mariano Oliveira da Silva, afirmou que a Polícia Civil não possui provas materiais contra seu cliente, que é acusado de ter praticado extorsão mediante sequestro e ameaças, para beneficiar uma das organizações do jogo do bicho, no interior do Estado. Mariano foi interrogado na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), nesta terça-feira (4), mas se recusou a falar.
 
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Mariano Oliveira da Silva foi um dos presos na Operação Mantus, deflagrada no último dia 29 de maio, com objetivo de desbaratar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Uma das organizações seria liderada por João Arcanjo e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues. A outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
As investigações apontaram que Mariano teria atuado em favor da organização de Arcanjo e Giovanni, a Colibri. Ele foi preso em Sinop, onde foi ouvido, mas negou participação na organização criminosa. O advogado do acusado afirmou que as atividades de Mariano são lícitas.
 
“Não tem o que confessar, até porque nesta situação nada foi provado, ele tem todas as atividades lícitas lá, que justifica a movimentação financeira dele. Ele tem empresa, tem uma papelaria, ele loca máquinas pesadas, então ele tem diversas atividades lá que ao que tudo indica justifica a movimentação”.
 
A defesa acredita que Mariano foi ligado à organização nas investigações em decorrência de ligações que o acusado possa ter feito a membros da Colibri. Ele ainda disse acreditar que a polícia não possui elementos suficientes contra alguns acusados.
 
“A gente tem visto, pelo menos nas oitivas, alguns assédios, digamos assim, pelas autoridades policiais, com relação à colaboração. Então a gente, nesta linha, que até as autoridades têm seguido, vemos que se estão atrás de colaboração é porque não há elementos suficientes que comprove a investigação e todos estes fatos que estão sendo imputados ao meu cliente, por exemplo. Então a gente acredita que, em razão disso, pelo que analisamos, não há provas”.
 
A defesa, no entanto, não teve acesso a todos os documentos relacionados ao caso. As investigações apontaram que supostos funcionários da empresa Colibri, ligada a Arcanjo, conversaram sobre métodos violentos de cobrança. Segundo diálogo, a contratação de três capangas custaria entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
 
Os detalhes constam em interceptação telefônica autorizada contra José Carlos de Freitas, acusado de atuar como gerente da organização criminosa na cidade de Cáceres (219 km de Cuiabá).
 
Na interceptação, em novembro de 2018, Freitas conversa com Mariano. Ele diz que está precisando dar um “piau em um cara” na cidade de Mirassol. Logo questiona sobre o preço do serviço praticado pelo “pessoal lá de Rondônia”. Na resposta, Mariano esclareceu que “custa de dez a quinze”. “Vai em três, os cara vai, tem comida, tem hotel, tem a viagem, depende de onde o cara tá, o custo do combustível”.
 
O advogado disse que Mariano nega veementemente ter envolvimento com a organização. Sobre a conversa interceptada, afirma que não provam a relação.
 
“As conversas são bastante vagas, nada tem prova da materialidade, que houve alguma coisa neste sentido. Ele continua negando e não tem nada a declarar mais à autoridade do que ele já declarou”, disse a defesa.

A operação
 
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã do dia 29 de maio a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
 
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
 
Uma das organizações seria liderada por João Arcanjo e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues. A outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
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