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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Delator afirma que governo Pedro Taques demorou três meses para cobrar propina

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Delator afirma que governo Pedro Taques demorou três meses para cobrar propina
Empresário da construção civil e delator premiado na Operação Rêmora, Ricardo Augusto Sguarezi afirmou em depoimento na Sétima Vara Criminal que foram necessários apenas três meses de governo Pedro Taques (PSDB) para início de cobrança de propina sobre obras na Secretaria de Educação (Seduc).
 
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“Quando começou o novo governo do Pedro Taques a gente até achou que dentro da secretaria jamais haveria cobranças indevidas de propina. Bom, quando passou os primeiros três meses do governo, a gente ainda não havia recebido as medições dos anos anteriores”, explicou o delator.
 
Passados três meses, em consequência da demora no pagamento, Sguarezi procurou Fábio Frigeri, servidor da Secretaria de Educação. “Fui na sala do Fábio, ele estava responsável lá para dirimir as obras junto aos empreiteiros e cobrei dele uma posição sobre os pagamentos, aí ele falou que haveria sim cobrança indevida de propina para poder liberar os pagamentos”.
 
Além de Fábio Frigeri, o empresário consultou outro servidor da Educação, o secretário-adjunto Wander Luiz dos Reis. “Também procurei o Wander, que era de fato o secretário adjunto nomeado e também falou que haveria sim cobrança de propina para poder liberar os pagamentos. Depois que eu percebi que alguns empreiteiros haviam recebido, antes de mim inclusive, eu decidi que teria que tomar um passo a diante”.
 
Após consulta ao adjunto, que reforçou a cobrança de propina, Sguarezi procurou diretamente o secretário Permínio Pinto, contando sobre as tratativas irregulares. “No momento até o Permínio se mostrou bastante surpreso, falou para mim não pagar, falou que não deveria estar acontecendo daquela forma aquilo lá, e eu continuei insistido”, salientou o delator.
 
Porém, levando em conta que as cobranças indevidas continuaram, o delator premiado acredita que Permínio Pinto não denunciou o suposto cometimento de crimes. “Eu acho que ele não fez, porque não parou”.
 
A ação
 
Colaborador premiado com acordo formulado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Sguarezi prestou depoimento na Sétima Vara como testemunha de acusação em denúncia contra Alan Malouf, Permínio Pinto Filho, Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Giovani Belatto Guizardi. 
 
A peração Rêmora investigou esquema de fraudes em obras de reforma e construção de escolas que inicialmente estavam orçadas em R$ 56 milhões. Diversas empresas compunham, segundo o Ministério Público, cartel capaz de gerar favorecimentos e desvio de dinheiro público.
 
Outro lado


A reportagem tentou entrar em contato com o ex-governador Pedro Taques. Porém, as ligações não foram atendidas.
 
Na terça-feira, durante audiência na Sétima Vara, o advogado Emmanuel Figueiredo, que representa o ex-governador, questionou a falta de provas.
 
“Até agora não houve nenhuma prova trazida aos autos que possam comprovar isto. Muito pelo contrário, as provas que foram anunciadas, de que existia um whatsapp do governador mandando facilitar, não existe. Não é que ela não foi juntada. Não comprova nada de facilitação de licitação ou algo do tipo”, disse o advogado.
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