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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Operação Rêmora

Delator afirma que propina pagou campanha e ironiza: 'que eu saiba o Permínio não foi candidato'

Foto: Marcus Mesquita/ MidiaNews

Ricardo Augusto Sguarezi

Ricardo Augusto Sguarezi

Empresário da construção civil e delator premiado na Operação Rêmora, Ricardo Augusto Sguarezi afirmou em depoimento na Sétima Vara Criminal que valores pagos como propina sobre obras na Secretaria de Educação (Seduc) serviram para quitar dívidas de campanha com gráficas.

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Segundo Sguarezi, a primeira sinalização sobre o destino do pagamento irregular foi feita pelo servidor da Secretaria de Educação, Fábio Frigeri.  “Num primeiro momento ele [Fábio] falou que precisava pagar umas dívidas de campanha. Gráfica para ser paga. Ele nunca falou do Permínio e nem de ninguém acima dele. Ele falou que era para despesa de campanha”, explicou.
 
Afirmação semelhante, conforme o delator, foi feita pelo empresário Giovani Belatto Guizardi, da construtora Dínamo. “Ele [Giovani] também sempre, eu até perguntei, mas ele nunca me disse para que seria. Eles falaram só, comentaram que eles ajudaram na campanha. E eles precisavam arrecadar esse dinheiro”.
 
Ainda segundo Ricardo Augusto Sguarezi, além de cobranças sobre obras em licitação, os valores de propina eram exigidos em contratos firmados desde a gestão do ex-governador Silval da Cunha Barbosa, antecessor de Pedro Taques.
 
“Eram outros contratos meus que eu tive em 2015, ano de 2014, 2013, 2012, época do Silval, contratos anteriores e paguei propina desses contratos para eles. Pagando pra eles propina de contratos anteriores. Contratos vigentes também tive que pagar propina. Não era só contratos que estavam sendo licitados".
 
Ironia
 
Apesar de afirmar nunca ter ouvido falar sobre de quem seria a campanha a ser paga, Ricardo Augusto Sguarezi utilizou de ironia para indicar o ex-governador Pedro Taques como provável destino do dinheiro.
 
“A última campanha foi do governador Pedro Taques. Ele [Fábio Frigeri] não falou que era para o Pedro Taques. Ele falou que era para campanha política. Que eu saiba o Permínio não foi candidato a nada”.
 
A ação
 
Colaborador premiado com acordo formulado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Sguarezi prestou depoimento na Sétima Vara como testemunha de acusação em denúncia contra Alan Malouf, Permínio Pinto Filho, Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Giovani Belatto Guizardi. 
 
A peração Rêmora investigou esquema de fraudes em obras de reforma e construção de escolas que inicialmente estavam orçadas em R$ 56 milhões. Diversas empresas compunham, segundo o Ministério Público, cartel capaz de gerar favorecimentos e desvio de dinheiro público.
 
Outro lado

A reportagem tentou entrar em contato com o ex-governador Pedro Taques. Porém, as ligações não foram atendidas.
 
Na terça-feira, durante audiência na Sétima Vara, o advogado Emmanuel Figueiredo, que representa o ex-governador, questionou a falta de provas.
 
“Até agora não houve nenhuma prova trazida aos autos que possam comprovar isto. Muito pelo contrário, as provas que foram anunciadas, de que existia um whats do governador mandando facilitar, não existe. Não é que ela não foi juntada. Não comprova nada de facilitação de licitação ou algo do tipo”, disse o advogado.
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