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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Alta periculosidade

Líder do CV que participou na entrada de celulares na PCE acumula 93 anos de condenação

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Líder do CV que participou na entrada de celulares na PCE acumula 93 anos de condenação
Luciano Mariano dos Santos, conhecido como ‘Marreta’ e preso na ‘Operação Assepsia’, que investiga a facilitação na entrada de um freezer com 86 celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE), é considerado de alta periculosidade e já acumular mais de 93 anos de condenação por diversos crimes. O comparsa dele, Paulo César dos Santos (Petróleo), também alvo da ação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCC), já soma quase 28 anos.

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‘Marreta’ responde a diversos processos por: envolvimento com a facção comando vermelho e prática de diversos delitos contra o patrimônio e lavagem de dinheiro; envolvimento com a facção comando vermelho e prática de delitos contra o patrimônio e lavagem de dinheiro (derivados da ‘Operação Red Money’); envolvimento com tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico; delito de receptação e tráfico de drogas e associação para o tráfico.
 
Luciano já acumula 93 anos e sete meses de condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Ele é apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho (CV) dentro da unidade prisional e está no Raio 5 da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde ficam os criminosos de alta periculosidade.
 
Paulo César, também preso na ‘Assepsia’, responde a diversos processos por: roubo qualificado; uso de documento falso; homicídio qualificado; associação para o tráfico; furto e organização criminosa.
 
No total, Paulo César já soma 27 anos e nove meses de condenação pelos crimes de roubo qualificado; porte de arma; organização criminosa e tráfico de drogas. Paulo também está preso no Raio 5 da Penitenciária Central do Estado.
 
Conforme a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), os dois criminosos gerenciam, de dentro do presídio, parcela das atividades da facção, zelando pela fidelidade da conduta dos membros que se encontram presos e soltos, pela aplicação das punições aos que se desviam dos caminhos da criminalidade organizada, pela arrecadação de taxas mensais dos faccionados, pela segurança dos comerciantes que são compelidos a lhes pagar taxas mensais, pela prestação de assistência e apoio aos membros, pelo desenvolvimento e ampliação das atividades no interior e fora do presídio, pela interlocução com os representantes dos bairros, pelo gerenciamento de crimes de impacto econômico, pelo fornecimento de drogas às biqueiras, entre outros.
 
Com a volta de Sandro da Silva Rabelo, conhecido como ‘Sandro Louco’, a Cuiabá, os dois viram o momento como o ideal para ampliação das atividades, lançando mão do vínculo que mantinha com os demais denunciados para obter aquela imensa quantia de celulares, que seriam utilizados para promover o desenvolvimento das atividades da facção.
 
Denúncia
 
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) ofereceu denúncia, na última quarta-feira (03), contra dois líderes do Comando Vermelho, três policiais militares e dois agentes penitenciários que ocupavam os cargos de vice e de diretor da Penitenciária Central do Estado. O grupo foi alvo da ‘Operação Assepia’, que apurou facilitações para entrada de aparelhos celulares na unidade prisional.
 
Foram denunciados: Paulo Cesar dos Santos, vulgo “Petróleo”, e Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, ambos pertencentes ao Comando Vermelho; o então diretor da Penitenciária Central, Revétrio Francisco da Costa; o vice-diretor, Reginaldo Alves dos Santos e os militares Cleber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior.
 
Ao grupo, foram imputados quatro atos criminosos. Os sete denunciados vão responder por integrar, financiar e promover organização criminosa e também por introdução de celulares em presídios; cinco deles pelo crime de corrupção ativa; e dois por corrupção passiva.
 
Conforme consta na denúncia, no dia 06 de junho passado, por volta das 13h, misteriosamente os portões da PCE se abriram e uma camionete Ford Ranger Preta ingressou na unidade levando sobre a carroceria um freezer branco “recheado” de celulares. Os ocupantes dos veículos não foram identificados por determinação dos diretores. O equipamento que deveria ser colocado na sala do diretor acabou sendo disponibilizado em um corredor.
 
Retorno de Sandro Louco
 
Sandro da Silva Rabelo, conhecido como ‘Sandro Louco’, chegou a Cuiabá na madrugada do dia 31 de maio. Ele, que estava em uma prisão de segurança máxima no Paraná desde 2016, foi recambiado para a capital mato-grossense após um pedido da defesa. O criminoso chegou no Aeroporto Marechal Rondon em uma aeronave comercial. 
 
O detento é considerado de alta periculosidade e ficará preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Uma das alegações da defesa é a de que Mato Grosso já abriga diversos presos do mesmo nível de Sandro e também a proximidade da família.
 
Sandro Louco possui diversas condenações e a soma das penas ultrapassa 200 anos de reclusão. Antes de ser recambiado para Cuiabá, ele cumpria pena na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Catanduvas (PR) e é apontado como um dos integrantes da organização criminosa ‘Comando Vermelho’.
 
A primeira prisão de Sandro Louco ocorreu em 2000, após assaltar um banco em Várzea Grande. Enquanto preso, ele conseguiu fugir pelo menos quatro vezes e ainda liderou uma rebelião em Água Boa.
 
Dentre os crimes cometidos por Sandro Louco estão: latrocínio, roubo a banco, homicídio, sequestro e formação de quadrilha. As penas, somadas, ultrapassam os 200 anos de reclusão. Em 2017, ele foi o primeiro réu a participar de um júri popular por videoconferência em Mato Grosso.
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