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Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Criminal

​OPERAÇÃO MANTUS

TJ não vê periculosidade e manda soltar mais dois envolvidos em esquema de jogo do bicho em MT

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

O desembargador Rui Ramos, da Segunda Câmara Criminal

O desembargador Rui Ramos, da Segunda Câmara Criminal

A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou, na tarde desta quarta-feira (28), a soltura de Haroldo Clementino Souza e de Adelmar Ferreira Lopes, ambos presos na Operação Mantus, que apurou um esquema do jogo do bicho em Mato Grosso. Os desembargadores entenderam que a decretação da prisão foi exagerada e que eles não oferecem perigo a ordem pública.
 
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Haroldo atuaria como recolhedor do jogo do bicho para a organização FMC (ELLO). O Ministério Público se manifestou pela concessão da ordem de soltura, mediante imposição de medidas cautelares. Os magistrados citaram que já foi determinado o bloqueio de valores das empresas, apreensões de bens e a prisão seria medida exagerada.

Considerando que Haroldo não indica periculosidade, bem como é réu primário e possui bons antecedentes, a Segunda Câmara Criminal decidiu conceder liberdade.
 
Também foi julgado o pedido de Adelmar, que seria responsável pela intimidação de eventuais concorrentes e atuava como “assessor” de Mariano Oliveira da Silva, apontado como um dos gerentes da Colibri, grupo que seria liderado por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem.
 
A defesa de Adelmar afirmou que ele apenas cumpria ordens de Mariano e que, inclusive, o gerente da Colibri já está solto. O desembargador Rui Ramos citou que apesar de Adelmar possuir antecedentes criminais, o crime imputado a ele não é hediondo, portanto a manutenção da prisão seria exagerada.
 
“Há um exagero na decisão, porque ela poderia ter seguido por uma ordem menos severa, porque é algo pontual, não é aquilo que se traduz como perigo à ordem pública”, disse o desembargador. Por unanimidade então a Segunda Câmara Criminal também concedeu liberdade a Adelmar.
 
Mantus
 
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
 
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
 
Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
 
No total, foram expedidos 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
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