A Sessão de Instrução do processo contra a tenente Izadora Ledur Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte de Rodrigo Claro em novembro de 2016, que estava marcada para esta segunda-feira (16) foi reagendada para o próximo dia 4 de novembro. Só neste ano as audiências já foram canceladas três vezes. A última sessão sobre o caso ocorreu em 16 de abril.
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As testemunhas de defesa de Ledur foram ouvidas nos dias 15 e 16 de abril deste ano. A militar deveria ter sido ouvida no último dia 30 de abril, mas a sessão foi cancelada. A nova audiência então foi marcada para o dia 5 de agosto, mas acabou sendo reagendada para o dia 16 de setembro. O juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal, argumentou que está respondendo cumulativamente pela 11ª Vara Criminal e 10ª Vara Criminal.
A audiência que estava prevista para às 13h30 de hoje, porém, também não aconteceu. No processo o magistrado cita que a sessão foi redesignada “diante da impossibilidade do comparecimento da defesa constituída”. A Sessão de Instrução então foi marcada para o próximo dia 4 de novembro, às 14h.
A mãe de Rodrigo, Jane Claro, lamentou o novo adiamento e disse que tem se decepcionado com a Justiça e com as leis brasileiras, porém tem fé que Ledur ainda será condenada.
"Mais uma vez foi cancelada a audiência que seria realizada na data de hoje, dia 16/09/19. A impressão que tenho enquanto mãe, é que as leis Brasileiras foram feitas pensando somente nos benefícios aos bandidos e punindo cada dia mais as famílias vítimas da Violência. Ficamos tristes com isso, a Justiça dorme, enquanto isso essa mulher chamada Ledur que nos causou tamanha dor, segue sua vida normalmente, certamente nem se lembra que devido a atitudes estúpidas dela, um jovem perdeu sua vida, uma família sofre dia e noite a falta de um jovem que para ela não tinha nenhum valor, mas que sempre foi muito amado e enchia nossas vidas de alegria. Viveríamos uma realidade diferente se a Justiça fosse mais ativa, verdadeira como rege a constituição. Mesmo com todos esses adiamentos, mesmo contrariados com essa morosidade, seguimos firmes na nossa luta, pois desde o início de tudo a quase 3 anos, só buscamos por essa Justiça e eu creio que em nome de Jesus, ainda a verei acontecer mesmo com toda sua deficiência".
O caso
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora ledur.
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.
Atualizada às 16h40.