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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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“Quem tem que ver com maus olhos são os corruptos”, diz desembargador sobre membros do Judiciário na política

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

“Quem tem que ver com maus olhos são os corruptos”, diz desembargador sobre membros do Judiciário na política
O desembargador Mário Kono, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), disse que não vê com maus olhos membros que deixam o Poder Judiciário para entrar para a política, como foram os exemplos da ex-juíza Selma Arruda (Podemos), agora senadora cassada, e do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Kono disse que quem tem que ver isso com maus olhos são os políticos corruptos.
 
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Selma e Moro possuem um histórico de combate à corrupção. A ex-juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá foi a responsável por condenar o ex-governador Silval Barbosa por concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Já o ministro Sérgio Moro, que era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, foi o responsável por condenar o ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
 
Ambos acabaram deixando o Poder Judiciário e entrando para o mundo da política, Moro através de um cargo no Poder Executivo, como ministro do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e Selma ao se candidatar, e vencer, nas eleições para o Senado em 2018.
 
A ex-juíza, porém, acabou perdendo seu mandato ao ser condenada pela prática de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos. Ao ser condenada, Selma afirmou que sua cassação foi uma mensagem ao ministro Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, para que eles não entrem para a política. O desembargador Mário Kono, no entanto, discorda.
 
“As decisões, pelo que nós sabemos, são baseadas em provas materiais e não em pontos subjetivos, mas é normal de quem, quando perde uma ação, não aceitar aquele resultado quando lhe é negativo”, disse.
 
O membro do TJMT também afirmou que não vê como ruim a saída de membros do Poder Judiciário para a política. Para Kono, quem tem que ver com maus olhos são os políticos corruptos.
 
“Não vejo com maus olhos membros do poder judiciário entrando para a política, acho que quem tem que ver com maus olhos seriam os políticos corruptos. Mas com qualquer candidato, inclusive aquele que foi magistrado, o eleitor sempre deve ter uma análise crítica e ver a vida pregressa daquele cidadão”.
 
O desembargador, inclusive, elogiou a atuação do ministro Moro no Executivo, com a “proposta anticrime”, que apesar de ver falhas, a considerou um avanço.
 
“Não está do jeito que deveria, mas é um avanço, seria ingenuidade acreditar que tudo o que foi proposto passaria na primeira fase. Eu vejo com tranquilidade e vejo com muita razão o ministro Moro, que defende esta tese, muita coisa foi aprovada, é um avanço, e com relação às outras coisas deve-se continuar trabalhando”, disse o magistrado.
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