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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​OPERAÇÃO COVERAGE

Denunciado por obstruir à Justiça, PM consegue revogação de cautelares para atuar como chefe de gabinete

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Denunciado por obstruir à Justiça, PM consegue revogação de cautelares para atuar como chefe de gabinete
O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, revogou algumas medidas cautelares e autorizou ao tenente coronel Sadá Ribeiro Parreira acesso de usuário e senha do Sistema de Computadores da Polícia Militar, incluindo sistemas de inteligência, informação e logística, para que consiga desempenhar suas funções de Chefe de Gabinete do Subchefe do Estado Maior Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Parreira é réu no processo oriundo da “Operação Coverage”, que apurou esquema de adulteração de dados de uma arma utilizada em homicídios.
 
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A defesa do tenente coronel Sadá Parreira entrou com um recurso requerendo a revogação das medidas acautelares quanto ao bloqueio de usuário e senha do Sistema de Computadores da PM, para que seja permitido o acesso aos sistemas de inteligência, informação e logística, para que possa desempenhar as funções de chefe de gabinete do Subchefe do Estado Maior Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso
 
O magistrado citou que a prisão preventiva do tenente coronel foi decretada em 19 de agosto de 2019 e no dia 13 de novembro de 2019 foi revogada mediante imposição de medidas cautelares como: “a) proibição de acesso ou frequência aos locais de inteligência, tecnologia da informação e patrimônio/logístico PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI), devendo encaminhar. ofício ao comando-geral e corregedorja-geral da PMMT para fiscalização cumprimento do ato. b) proibição de manter contato com policiais militares de quaisquer patentes e graduações que estiverem lotados nos setores inteligência, tecnologia da informação e patrimônio/logístico da PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI). c) o bloqueio de usuários e senhas dos sistemas de inteligência, tecnologia da informação e patrimônio/logístico da PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI). d) afastamento dos acusados das funções típicas dos setores da inteligência, tecnologia da informação e patrimônio/logístico da PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI)”. 
 
Ele também menciona que Parreira foi nomeado para desempenhar as funções de chefe de gabinete e que por isso seria necessário seu acesso à rede corporativa do Gabinete “que por possuir privilégios e níveis de acesso restritos, além de ter acesso às informações do setor, também terá acesso aos sistemas de inteligência, informação e logístico da PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI), de modo que a manutenção das cautelares fixadas dificultaria e até mesmo impossibilitaria suas atividades”.
 
O juiz ainda afirmou que, conforme atestado pelo policial coordenador de Tecnologia da Informação, qualquer utilização indevida dos sistemas poderão ser rastreados. Em decorrência disso o magistrado deferiu o pedido e autorizou ao tenente coronel Sadá Parreira acesso de usuário e senha do Sistema de Computadores da PM “incluindo os sistemas de inteligência, informação e logístico da PMMT (DACI, ARI, ALI, SALP e TI)”.
 
Operação Coverage
 
A operação do GAECO visou cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar e pessoal contra os policiais militares 2º Ten PM Cleber de Souza Ferreira, Ten PM Thiago Satiro Albino, Ten Cel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola e Ten Cel PM Sada Ribeiro Parreira, por crimes de organização criminosa armada, obstrução de justiça, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
 
De acordo com a investigação realizada pela Promotoria Militar com o apoio do GAECO, a partir de provas compartilhadas pela Polícia Civil, devidamente autorizada pelo Poder Judiciário, exame balístico comprovou que uma pistola tipo Glock, 9 mm, pertencente ao tenente Cleber de Souza Ferreira foi utilizada em 7 crimes de homicídio (4 tentados e 3 consumados) praticados pelo grupo de extermínio denominado Mercenários.
 
Conforme as investigações, com a finalidade de obstruir as investigações relacionadas aos referidos homicídios, os policiais militares articularam a alteração do registro da arma de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema da Polícia Militar, tudo para ocultar que na data dos 7 crimes de homicídios a pistola já estava em poder do tenente Cleber de Souza Ferreira.
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