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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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​OPERAÇÃO ARQUEIRO

Juiz envia depoimento de cabo Gerson à Corregedoria do TJMT para que investigue Selma

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Juiz envia depoimento de cabo Gerson à Corregedoria do TJMT para que investigue Selma
O juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou o envio das declarações do cabo PM Gerson Correia à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para que apure eventuais delitos praticados pela ex-juíza Selma Arruda (Podemos) no âmbito das operações Arqueiro e Ouro de Tolo.
 
Em depoimento Gerson já disse que Selma procurou o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) após ter conhecimento de que estava em cogitação uma ação criminosa contra a vida dela. Os promotores do Gaeco então teriam determinado a realização de interceptações telefônicas sem nenhuma investigação realizada. As declarações de Gerson também serão encaminhadas às Corregedoria do Ministério Público.
 
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Nesta quarta-feira (19) foi realizada uma audiência de instrução e julgamento do processo referente à Operação Arqueiro, que investigou um esquema de desvio de R$ 8 milhões da Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas) por meio de fraudes em licitações firmadas com institutos e empresas de fachada, tendo como alvo principal a ex-primeira-dama Roseli Barbosa.
 
As defesas dos réus requereram que fosse solicitado o compartilhamento de todas as provas constantes no processo da “Grampolândia Pantaneira”, que tramita na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar. Eles argumentam que o pedido busca verificar a suposta ilegalidade das interceptações realizadas no âmbito da “Operação Arqueiro”, em decorrência das declarações dadas pelo cabo Gerson Correira, em depoimento no último dia 13.
 
Gerson foi ouvido na semana passada numa audiência referente à “Operação Ouro de Tolo”, que também teve como alvo a ex-primeira-dama Roseli Barbosa. O juiz entendeu que os pedidos devem ser atendidos, para evitar o cerceamento de defesa, mas apenas em relação ao depoimento de Gerson.
 
“Ao meu sentir, solicitar ao Juízo da 11ª Vara Militar todo e qualquer prova constantes do processo Código 477158 ‘Operação Grampolândia’, apenas tumultuaria esta Ação Penal, posto que poderá vir aos autos provas e documentos que não interessam ao deslinde desta demanda e, portanto, em nada contribuiria com a busca da verdade real”.
 
O magistrado deferiu o pedido parcialmente, determinando que a 11ª Vara Criminal encaminhe as declarações de Gerson, e ainda determinou que as corregedorias do Ministério Público e do TJMT apurem eventuais delitos praticados pela ex-juíza Selma Arruda e pelos promotores do Gaeco, conforme denunciou o cabo Gerson.
 
“De outro norte, tendo este juízo tomado conhecimento formal das declarações da testemunha Gerson Correia que relatou possíveis irregularidades praticadas por promotores e juíza no âmbito das operações Arqueiro e Ouro de Tolo, determino a remessa do inteiro teor de tais declarações (em mídia digital) à Corregedoria do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Corregedoria-Geral de Justiça e ao Relator do Inquérito Policial TJMT 71814/2017 que apura eventuais delitos praticados por membros de ambos os poderes, para às providências que entenderem cabíveis”.
 
Citação de Selma
 
No depoimento que deu no processo da Grampolândia, Gerson já havia citado a ex-juíza Selma Arruda. Segundo Gerson, no segundo semestre do ano de 2015 supostamente teria chegado ao conhecimento da magistrada notícias que davam conta de estar em cogitação uma ação criminosa contra a vida dela.
 
O promotor Marco Aurélio, então coordenador do Gaeco, pediu que Gerson procurasse Selma. Gerson disse que diante os dados colhidos, por orientação e determinação do promotor, foi realizado um minucioso, porém, fantasioso relatório de informações, sem qualquer suporte fático, dando origem a concessão de interceptação telefônica sem nenhuma investigação realizada.
 
Nomes como Silval Barbosa e Antonio Barbosa foram usado para gerar interceptação. O ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva também teria sido interceptado.
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