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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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MEDIDA CAUTELAR

Juiz nega retirar tornozeleira de acusados de integrar quadrilha concorrente de Arcanjo no jogo do bicho

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Juiz nega retirar tornozeleira de acusados de integrar quadrilha concorrente de Arcanjo no jogo do bicho
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, indeferiu um pedido de retirada de tornozeleira eletrônica feito pela defesa dos acusados de integrar a Ello (FMC), empresa concorrente da Colibri, de João Arcanjo Ribeiro, no jogo do bicho em Mato Grosso. O magistrado considerou a complexidade dos fatos e a necessidade de manutenção da ordem pública.

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A defesa de Dennis Rodrigues de Vasconcelos, Katia Mara Ferreira Dorileo, Alexsandro Correia, Bruno Almeida dos Reis, Marcelo Conceição Pereira, Werechi Maganha dos Santos, Patrícia Moreira Santana, Glaison Roberto Almeida da Cruz e Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos, todos acusados de integrar a Ello (FMC), requereu a retirada do equipamento de monitoramento eletrônico, alegando excesso de prazo na manutenção da medida cautelar. Ela argumentou que eles fazem uso da tornozeleira eletrônica há mais de oito meses, sem que a instrução processual tenha sido iniciada.

Em sua manifestação o Ministério Público pugnou pelo indeferimento do pedido, requerendo a manutenção das medidas cautelares pelos mesmos fatos e fundamentos pelas quais foram impostas.

O juiz teve o mesmo entendimento, afirmando que a medida é razoável, levando em conta a complexidade dos fatos e do processo, "o qual conta com diversos réus, que respondem pela prática de crimes de lavagem de dinheiro, jogo do bicho e organização criminosa".

"No caso, tenho que a manutenção da medida de monitoramento eletrônico deve prevalecer, porquanto a Defesa dos requerentes deixou de apontar qualquer mudança fática apta a ensejar a revogação da medida imposta, permanecendo intactos os fundamentos e pressupostos das medidas cautelares impostas".

Ele ainda lembrou que a medida foi imposta para auxiliar a fiscalização de outras medidas aplicadas, como “'recolhimento domiciliar noturno' e 'recolhimento domiciliar nos feriados e final de semana em período integral', de forma a resguardar a ordem pública, evitando-se a recidiva e visando garantir a aplicação da lei".

Mantus

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
 
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
 
Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
 
No total, foram expedidos 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Confira abaixo os nomes e as funções dos integrantes das organizações criminosas:
 
ELLO (FMC)
 
Frederico Muller Coutinho (‘Dom’): líder
Indinéia Moraes Silva (‘Jones’): gerente financeira
Dennis Rodrigues de Vasconcelos (‘James’): gerente comercial
Kátia Mara Ferreira Dorileo: assessoria de gerência comercial e esposa de Dennis
Madeleinne Geremias de Barros (‘Mady’): assessoria de gerência financeira
Glaison Roberto Almeida da Cruz: gerente em Rondonópolis
Werechi Maganha dos Santos: gerente em Campo Verde
Patrícia Moreira Santana: responsável pelo caixa em Campo Verde
Laender dos Santos Andrade: suporte e captação de clientes em Rondonópolis
Edson Nobuo Ybumoto: gerente em Tangará da Serra
Bruno Almeida dos Reis: supervisor da baixada cuiabana
Eduardo Coutinho Gomes (‘Dudu’): apoio operacional/suporte
Marcelo Conceição Pereira: recolhedor/suporte
Alexsandro Correia (‘Alex’): supervisor de Cuiabá
Haroldo Clementino Souza: recolhedor/suporte
João Henrique Sales de Souza: recolhedor
Rosalvo Ramos de Oliveira: supervisor
Tulio de Tal (não identificado): recolhedor
Adrielli Marques: recolhedora
Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos: recolhedor


COLIBRI
 
João Arcanjo Ribeiro: líder
Giovanni Zem Rodrigues: líder
Noroel Braz da Costa Filho: assessoria de Arcanjo
Mariano Oliveira da Silva: gerente no norte de Mato Grosso
Adelmar Ferreira Lopes: assessoria de Mariano no norte de Mato Grosso
Sebastião Francisco da Silva (‘Coco’ ou ‘Tião’): responsável em Juara
Marcelo Gomes Honorato: recolhedor e suporte
Agnaldo Gomes de Azevedo: gerente em Tangará
Paulo Cesar Martins: supervisor/recolhedor
Bruno Cesar Martins: recolhedor
Bruno Cesar Aristides Martins: recolhedor
Augusto Matias Cruz: supervisor/recolhedor
José Carlos de Freitas (‘Freitas’): gerente em Cáceres
Valcenir Nunes Inerio (‘Badeco’): atua em conjunto com Marcelo Gomes Honorato
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