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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Pagamento de propina

Em delação, Riva acusa Blairo Maggi de sistematizar mensalinho; ex-ministro nega

Foto: Rogério Florentino/OD

Em delação, Riva acusa Blairo Maggi de sistematizar mensalinho; ex-ministro nega
Em delação premiada que teve o sigilo levantado na semana passada, o ex-deputado estadual José Geraldo Riva, hoje afastado da política, depois de passar por 20 anos na Assembleia Legislativa, revelou que o ex-governador do Estado e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (Progressistas) foi o responsável por sistematizar os “mensalinhos” pagos aos parlamentares com o objetivo de dar governabilidade ao Paiaguás.
 
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De acordo com Riva, Maggi, desde que assumiu o governo em 2003, optou por incluir o recurso que já vinha sendo destinado a propina dos deputados desde 1995, no orçamento pago a Assembleia Legislativa, através de uma suplementação orçamentária.

A mediação do acordo com Maggi, segundo Riva, foi feita pelo deputado estadual Renê Barbour, já falecido, que na época era líder do Governo na Assembleia e que após sua morte, em 2007, foi homenageado com seu nome no Plenário do Legislativo.

“O deputado Renê Barbour afirmava para o governador Blairo Maggi que era praticamente impossível liderar uma bancada para conseguir uma maioria sem o pagamento dessas vantagens, que eram pagas anteriormente pelo governo e que o governador Blairo Maggi resistia em não querer pagar”, afirmou Riva. “Aí, foi quando encontramos a forma, por sugestão do governador Blairo Maggi, de repassar esses valores para a Assembleia e a Assembleia fazer esse repasse por lá”, disse o ex-parlamentar em um dos trechos da delação.

Para firmar o acordo de delação, Riva também apresentou diversos documentos como notas fiscais frias, promissórias e ordem de pagamento a empresas envolvidas no esquema de desvio do recurso público.

Ainda de acordo com o ex-presidente da Assembleia Legislativa, o sistema de pagamento adotado por Maggi teve continuidade na gestão de Silval Barbosa, que já confirmou o ocorrido por meio de sua delação.

Dentre os 56 deputados e ex-deputados envolvidos no esquema de corrupção, quatro deles ainda estão na Assembleia Legislativa como deputados. De acordo com Riva são: Dilmar Dal’Bolsco (DEM), Carlos Avalone (PSDB), Nininho (PSD), Sebastião Rezende (PSC) e Romoaldo Júnior (MDB).

O deputado federal Juarez Costa (MDB), assim como o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) e o presidente do Tribunal de Contas Guilherme Maluf também são citados.
 
Em nota, o ex-ministro Blairo Maggi chama o ex-deputado Riva de criminoso e diz que em seu governo houve redução nos repasses para Assembleia, fato que contradiz as acusações feitas contra ele.
 
Veja a nota:
 
Sobre a repercussão da delação do ex-deputado José Riva, o ex-governador Blairo Maggi afirma que encerrou seus 8 anos de Governo com 92% de aprovação popular, pois, sua gestão pautou-se na eficiência e transparência. Nunca houve compra de apoio político por parte do Executivo, e por isso, Maggi jamais pactuou com quaisquer irregularidades.
 
A versão apresentada pelo criminoso delator não se sustenta, pois basta comparar os orçamentos anteriores com os executados durante a gestão e concluir que: houve significativa redução dos repasses! São números, documentos e não ilações! Assim, são absurdas as afirmações do delator.
 
Maggi afirma que tomará todas as medidas cabíveis contra acusações infundadas como essa.
 
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