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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Negou estender prisão

Justiça manda soltar filho de fazendeiro e outro preso em operação contra tráfico internacional através de aeroporto

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Justiça manda soltar filho de fazendeiro e outro preso em operação contra tráfico internacional através de aeroporto
Decisão da 1ª Vara Federal de Campinas (SP) negou estender a prisão temporária do filho de um fazendeiro, identificado como Igor Chaves e de Marcos da Silva Scaranaro, presos em uma operação desencadeada no início de outubro, para desmantelar uma quadrilha responsável pelo tráfico internacional de drogas por meio do Aeroporto de Viracopos. O primeiro dos acusados havia sido detido em Cuiabá.

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A autoridade policial havia representado pela prorrogação da prisão dos dois acusados, tendo o Ministério Público Federal (MPF) manifestado-se favorável ao pedido. A justificativa era de que diante do grande volume de material e documentos apreendidos, não foi possível, até o presente momento, realizar a análise de todo o conteúdo. Por conta disto, foram pedidos outros 30 dias de detenção para os dois.
 
Os investigados foram identificados, durante o monitoramento de comunicações telefônicas como possíveis fornecedores de drogas, no estado de Mato Grosso.
 
A defesa do filho do fazendeiro alegou que o pedido era descabido e que o prazo de 30 dias já passado seria mais do que suficiente para a conclusão do inquérito policial, bem como que o pedido de prorrogação da prisão temporária está fundado em pedido genérico e não individualizado.
 
Considerando a ausência da necessidade, a Justiça então decidiu indeferir o pedido de prorrogação da prisão temporária de Igor e Marcos. Porém, autorizou a continuação das investigações.
 
“Assim que vencido o prazo da prisão temporária anteriormente decretada, os investigados deverão ser colocados em liberdade, independentemente de nova decisão ou da expedição de alvará de soltura”, diz trecho da decisão.
 
O caso
 
O filho de um fazendeiro, identificado como Igor Chaves, está entre os presos da operação desencadeada pela Polícia Federal, para desmantelar uma quadrilha responsável pelo tráfico internacional de drogas por meio do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Ele foi detido em Cuiabá. Em São Paulo, duas pessoas acabaram mortas em confronto com agentes.
 
Além de Igor Chaves, também foi preso em Cuiabá Marcos da Silva Scaranaro. Um dos mandados foi cumprido no Condomínio Chapada Diamantina, no bairro Dom Aquino. Conforme apurou a reportagem, por volta das 5h30, os policias federais chegaram no local. Houve muitos gritos durante a ação, vizinhos que estavam iniciando o dia ficaram assustados com a presença da polícia.
 
De acordo com a investigação, a organização criminosa é composta por brasileiros, que eram os responsáveis pelo fornecimento de cocaína que seria exportada para a Europa. Além disso, o grupo aliciava funcionários do aeroporto para que interferissem a favor da quadrilha nas atividades de logística do terminal.
 
As investigações começaram em fevereiro, com a apreensão, na área restrita de segurança do terminal, de 58 quilos de cocaína antes do embarque.
 
Depois do flagrante, a Polícia Federal mapeou a rede criminosa, identificando as respectivas lideranças, as pessoas com quem se relacionaram e o processo empregado na exportação de grande quantidade de cocaína, a partir do aeroporto, com destino ao continente europeu. A quadrilha também operava para ocultar o lucro obtido com a prática criminosa.
 
Ainda segundo a investigação, entre os funcionários e ex-funcionários terceirizados do aeroporto que atuam com a quadrilha estão vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros, que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior.
 
Como funcionava
 
A Polícia Federal informou que o grupo tinha uma atuação "complexa e sofisticada", formada por três pilares:
 
Grupo de operadores externos: pessoas que não pertencem ao quadro de funcionários do aeroporto e eram os responsáveis pelas tratativas com investidores e traficantes estrangeiros, assim como pelo aliciamento de empregados aeroportuários;
 
Grupo de operadores internos: empregados aeroportuários aliciados que exercem suas atividades na área restrita de segurança, especialmente em funções que envolvam carga e descarga de aeronaves e suas movimentações;
 
Grupo de operadores estrangeiros: traficantes em solo europeu responsáveis pela retirada da cocaína exportada a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos.
 
A organização também utilizava o dinheiro do tráfico para comprar imóveis, veículos, abrir contas bancárias em nome de terceiros, e empresas fora do país. Desde o início da investigação, em fevereiro, a Polícia Federal apreendeu 250 kg de drogas em cinco apreensões diferentes.
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