Olhar Jurídico

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Civil

em LUCAS

Produtores responsáveis por shopping citam golpe e pedem recuperação por passivo de R$ 196 milhões

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Produtores responsáveis por shopping citam golpe e pedem recuperação por passivo de R$ 196 milhões
O Grupo Mafini, formado pelos produtores rurais Aquiles Mafini e Silvana Margarete Mafini, além das empresas Mafini Incorporadora de Imóveis e Agromil Transportes, apresentou pedido de recuperação judicial por dívidas que somam R$ 196 milhões. Entre os "infortúnios" apresentados para justificar a crise está um suposto golpe.

Leia também 
Pôssas recorre para derrubar cautelar que impede exercício de cargo público

 
Conforme os autos, Aquiles chegou ao município de Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, em 1984. Transcorridos vários anos e diversos negócios, no ano de 2000 Aquiles adquiriu um imóvel na cidade de Lucas do Rio Verde.
 
No ano de 2005 o casal de empreendedores teve a informação da implantação de um polo industrial da Sadia na cidade de Lucas, momento este que desencadeou o início do projeto do loteamento residencial no imóvel adquirido anos antes. No ano de 2012 foi fundada a Mafini Incorporadora de Imóveis.
 
Em janeiro de 2019 o casal fundou a empresa Agromil Transportes, com o propósito de comprar veículos para atender suas próprias demandas, suprindo as necessidades das fazendas (transportes de grãos, insumos, adubos e maquinários agrícolas).
 
Conforme os autos, a crise teve início em 2014. Em reunião com o diretor do Banco da Amazônia, houve uma promessa de liberação de R$ 20 milhões para construção de um armazém com capacidade para 36 mil toneladas de grãos.
 
Com a promessa, o grupo iniciou o projeto da obra utilizando recursos próprios. Contudo, passados dois anos, já em 2016, o banco aprovou através de financiamento apenas R$ 13 milhões, causando um desencaixe financeiro na ordem de R$ 9 milhões, já que o custo final ultrapassou as previsões iniciais em R$ 2 milhões, criando uma defasagem de caixa.
 
No ano de 2015 o grupo obteve uma proposta para construção de uma galeria comercial pela empresa Conexões Empreendimentos Ltda. Segundo os autos, a empresa aplicou um golpe, no qual vendia os espaços das lojas da galeria e não repassava o percentual cabível ao grupo, além de vender o mesmo espaço para mais de um cliente, causando grande prejuízo e constrangimento à família frente a sociedade. O prejuízo foi estimado em R$ 3 milhões.
 
Após o golpe, o grupo decidiu dar andamento ao empreendimento sozinho, ampliando o espaço para configurar o primeiro shopping center da cidade. Desde então, tem-se realizado benfeitorias no imóvel de maneira lenta e gradual, conforme as condições financeiras permitem.
 
No ano de 2020 era prevista a inauguração do Shopping. Contudo, a pandemia de Covid-19 impediu a abertura, retardando o funcionamento e a previsão de receita com os aluguéis das salas comerciais que giram em torno de R$ 350 mil mensais. O pedido de recuperação traz ainda dívidas adquiridas no setor imobiliário e no em fazendas atingidas por excesso de chuva.
 
“A crise apresentada não se deve a má gestão, desvio patrimonial, compra de imóveis de luxo ou desvio patrimonial de qualquer tipo, mas sim a sucessivos infortúnios e adversidades (grande parte delas de conhecimento público), que sempre foram enfrentadas com transparência, seriedade e boa-fé e que geraram um passivo de quase R$ 200 milhões de reais que necessita do manto de proteção da recuperação judicial para ser renegociado com a comunidade credora”, afirma trecho dos autos.
 
O caso está sendo julgado pela 4ª Vara Cível de Sinop.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet