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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Na linha de frente

Juiz manda soltar enfermeira presa por roubar testes da Covid-19 e determina que ela volte a trabalhar

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Juiz manda soltar enfermeira presa por roubar testes da Covid-19 e determina que ela volte a trabalhar
A Justiça concedeu liberdade provisória à enfermeira G.G.T, presa na madrugada deste domingo (11), no Hospital Santa Casa, em Cuiabá, por subtrair testes da Covid-19 e instrumentos de uso médico hospitalar, para atender finalidades particulares.A decisão é do juiz 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, Marcos Faleiros da Silva. Ele ainda determinou que ela volte a atuar na linha de frente contra a Covid-19.

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Enfermeira presa estava com 25 testes da Covid-19 na bolsa e disse que usaria em atendimentos particulares

O benefício foi concedido pelo magistrado na tarde de domingo (11), durante audiência de custódia e mesmo com a representaçao pela manutenção da prisão, feita pelo delegado esponsável pelo caso, Caio Fernando Álvares Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Como uma das justificativas da soltura, o magistrado pontuou que, apesar dos fatos serem graves, "entendo que neste momento atual que vivenciamos seria prejudicial a perda de uma profissional com 11 (onze) anos de experiência que poderá estar salvando vidas, laborando na linha de frente da covid".

Faleiros ainda explica que a acusada não tem antecedentes criminais e que a liberdade dela não traria prejuízo à investigação e a colheita de provas.

Como medida cautelar, o magistrado determinou que a enfermeira se apresente a seu empregador para trabalhar na linha de frente contra a Covid-19 e, caso seja dispensada, procure trabalhar em outra unidade com o mesmo objetivo. "Além disso, fixo o compromisso de comparecer a todos os atos do processo e não mudar de endereço sem prévia comunicação".

O caso

Enfermeira do Hospital Santa Casa, em Cuiabá, foi presa em flagrante, na madrugada deste domingo (11), por subtrair testes da Covid-19 e instrumentos de uso médico hospitalar, para atender finalidades particulares.

Na situação, flagrada pela equipe do delegado Caio Fernando Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a profissional de saúde estava com pelo menos 25 testes da Covid-19 e outros equipamentos para uso exclusivo em hospitais. 

Além disso, ele confirmou que estava com os apetrechos para fazer atendimentos particulares. "Na ação foi encontrado, a princípio, uma sacola plástica preta, em cujo interior havia os instrumentos (e medicamentos) para o teste covid via swab nasal, qual seja: 25 (vinte e cinco) “sabonetes”; 25 (vinte e cinco) cotonetes encontrados dentro de um envelope plástico lacrado; um (01) frasco de reagente; 25 (vinte e cinco) frascos para pipetagem; e 25 (vinte e cinco) tampinhas dos frascos. Também foi encontrado instrumentos utilizados para acesso venoso e nasal, a saber: dois (02) equipos macro gotas da marca Descarpak; dois (02) equipos dupla via da marca Vital Gold; quatro (04) catéteres nasais tipo óculos de oxigênio; três (03) Scalp 21Gx3/4, da marca Wiltex; e vários cateteres intravenosos de marca diversas".

Ao Olhar Direto, o delegado Caio Albuquerque disse que a enfermeira manifestou desconhecimento quantos aos referidos objetos encontrados em sua bolsa. "Por outro lado, ainda in loco, colheu-se informações de que nenhum servidor do hospital tinha autorização para retirar da unidade qualquer medicamente ou instrumento médico-hospitalar. Com isso, ela foi encaminhada para a delegacia para as providências cabíveis. Em depoimento, indagamos ela sobre os materiais, ela respondeu que era de sua propriedade, pois usava em seus plantões particulares, ocorre que na delegacia, ela nos informou que os matérias ambulatoriais ficavam em sua bolsa para facilitar atendimento de pacientes no Hospital Santa Casa, por questão de eficiência e necessidade”, disse o delegado. 

Os policiais também confirmaram que ouviram um enfermeiro da unidade que confirmou que o material apreendido é da Santa Casa, inclusive pontuando que os números de código apostos em cada material refere-se ao controle interno da Farmácia, e de maneira a saber em que está sendo utilizado.

O enfermeiro também asseverou que a conduzida tinha a função da triagem dos pacientes, o que não abrangia a realização de testes Covid, feito por enfermeiros próprios. Por fim, em suma, disse que nenhum servidor do hospital tem autorização para sair com qualquer medicamento ou instrumento de trabalho.


 
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