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Terça-feira, 19 de março de 2024

Notícias | Civil

briga com o ICMbio

Tribunal não reconhece direito de particulares sob área de três mil hectares do Parque Nacional do Juruena

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Tribunal não reconhece direito de particulares sob área de três mil hectares do Parque Nacional do Juruena
Área de 3 mil hectares do Parque Nacional do Juruena, em Mato Grosso, é objeto de uma disputa judicial iniciada em 2008. Particulares reclamam direito à indenização, Ministério Público Federal (MPF) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) apontam como sendo parte de área sob processo de demarcação da terra indígena Apiaká e Pontal dos Isolados. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) não reconheceu direito dos reclamantes. Na última semana, os autos foram encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Trata-se de ação indenizatória por apropriação indireta, ajuizada contra o ICMbio em razão da criação do Parque Nacional do Juruena, no ano de 2006. Dois particulares alegavam serem os possuidores da área, situada no município de Apiacás, e, com a criação do Parque, que perderam o direito à exploração econômica da propriedade. Argumentaram ainda sobre a ausência de terra indígena homologada na área disputada.

Na primeira instância, a ação foi suspensa, no entanto, em 2018, foi aceito recurso para o regular julgamento do mérito do caso, a despeito da existência de processo demarcatório de terra indígena.

Intimado, o Ministério Público Federal argumentou pela inexistência do direito de posse de terras públicas e que, como a tutela dos direitos dos indígenas decorre diretamente do texto constitucional, o reconhecimento do direito à posse independe da conclusão do procedimento administrativo de demarcação.

“Diversamente do que ocorre em relação à noção de propriedade privada, segundo a ótica do proprietário no direito civil, pautada no proveito econômico que pode dela obter, as terras indígenas são destinadas à sobrevivência física e cultural desses povos”, defendeu o procurador regional da República Felício Pontes Jr.

Por sua vez, o ICMBio trouxe aos autos elementos que demonstram que há procedimento de demarcação da terra indígena Apiaká e Pontal dos Isolados, o que esvaziaria o direito de indenização da parte autora.

Em 2020, a 3ª Turma do TRF1 por unanimidade rejeitou embargos opostos pelos particulares. O processo agora vai ao STJ, sob o n° 202101761331, para julgamento de recurso interposto pelo ICMbio.
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