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ato suspeito

Presidente da Funai enviou ofício questionando investigação contra coordenador acusado de crimes na TI Marãiwatsédé

17 Mar 2022 - 17:55

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Wesley Santiago

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Presidente da Funai enviou ofício questionando investigação contra coordenador acusado de crimes na TI Marãiwatsédé
Presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier enviou ofício à Polícia Federal questionado investigação realizada em face do atual coordenador regional da Funai na comarca de Ribeirão Cascalheira, Jussielson Gonçalves Silva. No documento, Xavier salientou que investigação da PF aparenta “ameaça ou constrangimento ao respectivo servidor ou até mesmo de ilações acerca da suposta prática do crime de desobediência”.

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Informação consta em decisão judicial que autorizou nesta quinta-feira a deflagração da Operação Res Capta, investigação que mira grupo que atuaria como milícia, arrendando áreas para bovinocultura dentro da Terra Indígena Marãiwatsédé. Jussielson é apontado como um dos responsáveis pelo esquema.
 
Marcelo Xavier, atualmente exercendo a presidência da Funai, é delegado de Polícia Federal. Segundo ofício enviado por ele, “no exercício da função de Coordenador Regional da FUNAI em Ribeirão Cascalheira/MT o servidor Jussielson Gonçalves Silva vem desenvolvendo um excelente trabalho, voltado para saneamento de um passivo de descaso e irresponsabilidade na gestão da política indigenista local”.
 
O mesmo ofício argumenta que a “questão indígena” no Brasil “sempre teve estreita relação com uma Agenda de Intervenção Geopolítica Internacional. Várias Organizações Não Governamentais (ONG´s) engajadas na questão indígena “são instrumentos de imposição de uma agenda internacional que atende às vontades, desejos e caprichos de poderosos grupos econômicos internacionais”, diz trecho do documento.
 
Ato suspeito
 
O Ministério Público apontou ainda que Marcelo Xavier, no dia 16 de fevereiro de 2022, nomeou pessoa identificada como Thaiana Ribeiro Viana para exercer o cargo em comissão de Chefe de Divisão Técnica da Coordenação Regional Xingu-MT (FUNAI de Canarana).
 
Thaiana Ribeiro Viana é esposa de Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza, policial militar do Amazonas apontado como braço-direito de Jussielson Gonçalves Silva nos crimes envolvendo arrendamentos da Terra Indígena Marãiwatsédé.
 
O caso

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal em Mato Grosso (GAECO-MPF), e a Polícia Federal, por meio da unidade em Barra do Garças, deflagaram na manhã desta quinta a Operação Res Capta, que tem como objetivo combater crimes de constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva, porte ilegal de arma de fogo, abuso de autoridade e crimes ambientais.
 
As investigações tiveram início em setembro de 2021 na Delegacia da PF de Barra do Garças a partir de denúncia anônima informando que servidor da Funai, da Comarca de Ribeirão Cascalheira (380 km de Barra do Garças), estaria recebendo valores em dinheiro em troca de favores, no sentido de dar preferência a alguns indivíduos no arrendamento de terras dentro da reserva indígena Marãiwatsédé, para criação de gado.
 
Foi constatado que os investigados estariam cobrando valores de grandes fazendeiros da região para direcionar e intermediar arrendamentos no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé. Os pagamentos eram monitorados pelos investigados, que faziam o serviço de cobrança e retiravam da Terra Indígena os fazendeiros inadimplentes e direcionavam outros para ocuparem os locais deixados pelos arrendatários retirados.
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