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Advogado de Cachoeira e Collor é contratado por Arcanjo

05 Dez 2012 - 09:00

Da Editoria - Marcos Coutinho/Da Redação - Lucas Bólico

Foto: Correio Braziliense

Advogado criminalista Nabor Bulhões

Advogado criminalista Nabor Bulhões

O advogado Nabor Bulhões, cuja banca fica em Brasília e em Maceió, foi contratado pela família do ex-policial João Arcanjo Ribeiro, condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e crime contra o sistema financeiro. "O contrato já foi assinado", confirmou uma fonte da famíla do ex-bicheiro de Mato Grosso.

Bulhões advogou pela libertação do lobista, bicheiro e contraventor de Goiás, Carlos Augusto Ramos, conhecido por Carlinhos Cachoeira, acusado pelos mesmos crimes de Arcanjo, que era chamado de "o comendador" e mandava e desmandava em Mato Grosso, na esfera dos três poderes e até mesmo nas forças policiais, no auge de sua organização.

Bulhões assumiu o caso e conseguiu a liberdade de Cachoeira em substituição ao ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que figura no topo da lista dos melhores - e mais caros - criminalistas do Brasil. Estima-se que a defesa feita por Bastos custaria R$ 15 milhões ao contraventor goiano.

Nabor Bulhões também defendeu o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL), quando do seu processo de impeachment há exatos 20 anos.

De acordo com as mesmas fontes, Nabor Bulhões vai atuar em conjunto com o advogado Zaid Arbid, responsável pela defesa de João Arcanjo desde o começo da década passada. Nabor advogou também para o governo da Itália no caso da extradição de Cesare Battisti, ex-integrante de uma brigada comunista italiana e acusado de quatro homicídios.

Quem era e é "o comendador João Arcanjo"

Considerado pela Polícia Federal como o chefe de uma poderosa organização criminosa internacional, Arcanjo está preso no Presídio Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, desde a abril de 2003.

O "comendador" foi condenado a 17 anos e 4 meses de prisão e, portanto, já cumpriu mais de nove anos. Para a família, mantê-lo preso é uma injustiça. João Arcanjo talvez seja o único acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro após ter cumprido mais de um terço da pena.

A Operação Arca de Noé, que desmantelou as bases do crime organizado comandado por Arcanjo em Mato Grosso, completa nesta semana 10 anos. Em entrevista exclusiva ao Olhar Jurídico, o juiz da Primeira Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, que assinou o mandado de prisão contra o capo afirmou que a complexa teia de corrupção tecida pelo ex-bicheiro permeava diversos segmentos do poder público e criou um Estado paralelo em MT.

"Tínhamos uma organização de natureza internacional, que financiava todo o aparato político do estado e comandava esse aparato. Era comandado com o manuseio da violência. Envolvendo políticos, paraísos fiscais, bancos no exterior e sonegação fiscal", relembra. "É fato que a organização criminosa tinha toda uma ramificação entre o Estado, os agentes públicos, a mídia, polícia, parlamentares e entes políticos. Nós tínhamos de fato um governador do Estado que não era o governador de direito. Quem mandava era o comendador", asseverou Julier.

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