O deputado Romário (PSB-RJ) protocolou ontem na Mesa Diretora da Câmara requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo a Secretaria-Geral a Mesa, o requerimento tem 184 assinaturas, 13 a mais do que o número mínimo necessário para criação de CPI (171).

O deputado, ex-jogador de futebol e campeão do mundo em 1994 pela seleção brasileira, acusa a CBF de desviar pagamentos de benefícios a conselheiros da entidade, enriquecimento ilícito de funcionários, irregularidades na organização de jogos e manipulação em convocações de jogadores.

Entre as denúncias apresentadas por Romário está um patrocínio de R$ 7 milhões da TAM para a CBF que estaria sendo desviado para empresas ligadas a laranjas de Ricardo Teixeira. O cartola também estaria recebendo R$ 150 mil como consultor, mesmo depois de ter sido substituído na CBF. A contratação teria sido feita pelo atual presidente, que também aumentou o próprio salário e o de toda a diretoria após sua eleição.

Na fila
Apesar de ter conseguido mais assinaturas do que o necessário para criar uma CPI, não há garantias de que a comissão será realmente instalada. Isso porque o regimento da Câmara só permite o funcionamento de, no máximo, cinco CPIs ao mesmo tempo e outros nove pedidos já estão na fila na frente do requerimento de Romário.

A única maneira de não entrar nesta fila seria aprovar a criação da CPI da CBF por meio de projeto de resolução. Nesse caso, a proposta teria que ser aprovada pelo Plenário da Câmara.

CBF-Nike
A CBF já foi investigada na CPI CBF-Nike, por suspeita de desvio de recursos e ingerência sobre resultados de jogos por parte da patrocinadora.

Para Romário, nem tudo foi esclarecido, ele diz ter documentos que mostram desvios em um jogo amistoso contra Portugal, ocorrido em Brasília, que segundo Romário movimentou R$ 12 milhões. “Em um só jogo, é absurdo”, disse.