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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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CPMI do Cachoeira discute como será a votação do relatório final

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira iniciou há pouco a reunião destinada à votação do relatório final, elaborado pelo deputado Odair Cunha (PT-MG). Em seguida, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), suspendeu a reunião por dez minutos para discutir o rito da votação.

Esta é a última semana de funcionamento da CPMI. Se o relatório não for aprovado até 22 de dezembro, a comissão será encerrada sem relatório final.

O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) afirmou que já conseguiu 12 das 19 assinaturas necessárias para que seu relatório seja votado antes do texto do relator. O relatório de Pitiman, que tem apenas uma página e meia, não cita nenhum nome de investigado, critica o trabalho da comissão e diz que a investigação deve ser feita pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

Ele sugere ainda a criação de uma comissão de deputados e senadores para acompanhar as investigações. Pitiman afirma que seu relatório o deixa com a consciência tranquila por não ter condenado inocentes nem absolvido culpados.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) vai tentar, também no início da reunião, um requerimento pedindo que todo o material recolhido pela comissão seja enviado para o Ministério Público de Goiás e para a Procuradoria Geral da República, para que prossigam as investigações.

O texto do relator deveria ter sido votado na reunião no último dia 11, mas parlamentares reclamaram que o texto ainda continha informações que poderiam levar ao indiciamento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de jornalistas, entre os quais o chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. Em um acordo feito anteriormente, o relator e parlamentares da oposição haviam acertado que Gurgel e os jornalistas ficariam de fora dos pedidos de indiciamento.

Odair Cunha informou na semana passada que, até hoje, serão analisados os cinco votos em separado apresentados, para a comissão decidir se serão incluídos no seu texto.

O relatório final de Cunha pede o indiciamento de 29 pessoas e a responsabilização de outras 12. Na lista estão o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT); o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO); e o ex-senador Demóstenes Torres.

Conheça as pessoas listadas no relatório de Odair Cunha

Discordância
Os votos em separado partiram do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Rubens Bueno (PPS-PR) e Luiz Pitiman (PMDB-DF) e também do PSDB.

Com exceção de Pitiman, os parlamentares, em linhas gerais, pedem aumento de prazo para o funcionamento da CPMI e uma investigação mais completa sobre o envolvimento do empresário Fernando Cavendish e da empreiteira dele, a Delta Construções, no suposto esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Esse esquema envolveria desvio de dinheiro público, fraude em licitações e financiamento de campanhas políticas.

Além dos votos em separado, foram apresentadas dez sugestões: sete do senador Fernando Collor (PTB-AL) e as outras dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Cyro Miranda (PSDB-GO) e João Costa (PPL-TO).

A reunião está sendo realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, do Senado.
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