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Domingo, 03 de novembro de 2024

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900 HECTARES DE CULTIVO

Irmãs produtoras de soja e milho pedem RJ por dívidas de R$ 20 milhões

Foto: Reprodução

Irmãs produtoras de soja e milho pedem RJ por dívidas de R$ 20 milhões
Em uma tentativa de salvar suas operações e reorganizar suas finanças, as irmãs Cristina Dreyer e Raquel Dreyer, responsáveis pelo Grupo Dreyer, ajuizaram pedido de recuperação judicial junto à 4ª Vara Cível de Rondonópolis. Com dívida que ultrapassa os R$ 20 milhões, o grupo, que opera no setor agrícola com o cultivo de soja e milho, busca fôlego para superar a crise que enfrentam desde 2021. O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento antecipou a blindagem do patrimônio das irmãs em decisão proferida no último dia 9.


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A empresa, que possui cerca de 900 hectares de área de cultivo nas regiões de Primavera do Leste e Paranatinga, atribui sua crise a uma sequência de adversidades, como a pandemia de Covid-19, a disparada no preço dos insumos agrícolas e uma série de intempéries climáticas, agravadas pelo fenômeno "Super El Niño".

Esses fatores, combinados com a alta dos juros e a queda nos preços das commodities, resultaram em margens negativas e em um cenário financeiro insustentável.

O Grupo Dreyer começou sua trajetória no início dos anos 2000, após Werni Dreyer, pai das requerentes, adquirir a Fazenda Novo Horizonte, em Primavera do Leste, onde as irmãs se especializaram no cultivo de soja e milho. A expansão, que envolveu o arrendamento de mais terras em Paranatinga, parecia promissora até o ano de 2021, quando o cenário global mudou drasticamente.

Com a pandemia, a família Dreyer sofreu uma perda significativa com a morte do patriarca Werni. O luto foi seguido de um processo de partilha de terras, o que já enfraqueceu a estrutura financeira das irmãs.

Em paralelo, o aumento no preço dos insumos agrícolas, intensificado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, elevou os custos de produção a patamares insustentáveis. Para manter suas operações, o grupo recorreu a empréstimos, acumulando uma dívida que rapidamente se tornou impagável devido às taxas de juros exorbitantes.

A situação, já crítica, foi agravada em 2023 por uma severa estiagem que devastou as plantações nas duas regiões onde atuam. O resultado foi uma produção muito abaixo do esperado e despesas que superaram qualquer previsão. "O Super El Niño destruiu o que restava das nossas esperanças de uma safra saudável", relataram as irmãs Dreyer no processo.

Sem margem de manobra e diante da iminente possibilidade de falência, o Grupo Dreyer viu na recuperação judicial a única saída para reorganizar sua dívida e manter suas atividades.

O pedido destaca que, mesmo diante das adversidades, o grupo continua sendo economicamente viável, e que há capacidade de superar a crise com o apoio do Judiciário.

A Justiça, por sua vez, determinou a realização de uma constatação prévia para avaliar a viabilidade do pedido, medida essencial para verificar se as condições legais estão plenamente atendidas e se o processo pode seguir.

Também foi concedida uma medida cautelar de suspensão provisória das ações e execuções contra o Grupo Dreyer, protegendo o patrimônio da empresa enquanto o caso é analisado.
 
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