Por falta de provas, a Justiça mandou soltar João Alexandre Bertolino Inocêncio, João Vitor Silva de Oliveira e Pedro Miguel Rodrigues de Souza, indiciados pelo homicídio da jovem Marina Sofia Menezes, de 13 anos.
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Diante da ausência de elementos que pudessem comprovar a participação do trio no crime, a juíza Janaína Cristina de Almeida mandou soltar João Alexandre e João Vitor, que estavam presos preventivamente, e revogou o mandado de prisão de Pedro Miguel, que está foragido. Decisão é desta terça-feira (4).
Nesta segunda, a Delegacia da Polícia Civil de Diamantino (299 km de Cuiabá) concluiu o inquérito que investigava o desaparecimento e morte de Marina. A adolescente desapareceu em 20 de outubro de 2024, no bairro Bom Jesus, após sair de casa e não fazer mais contato com a família. Três pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Duas delas estão presas, enquanto um terceiro suspeito segue foragido.
Mesmo após três meses de investigação, o corpo da jovem ainda não foi localizado.
A polícia afirma que diversas provas colhidas durante o inquérito apontam a participação dos três indiciados no crime. Dois dos envolvidos já estavam presos e tiveram as prisões temporárias convertidas em preventivas. O terceiro suspeito teve a prisão representada e aguarda manifestação do Ministério Público Estadual (MPMT) e decisão da Comarca de Diamantino.
Envolvimento do cunhado e suposta indenização
Na noite do desaparecimento, testemunhas relataram ter visto três homens retirando uma pessoa com características semelhantes às de Marina Sofia do porta-malas de um carro em uma área de mata.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil realizaram buscas no local com o apoio de um cão farejador, mas não encontraram nenhum vestígio da adolescente.
As informações obtidas durante a investigação levaram à prisão do primeiro suspeito. Durante o interrogatório, ele revelou que foi procurado pelo cunhado de Marina, um jovem de 20 anos, que ofereceu R$ 25 mil para que ele participasse do desaparecimento da adolescente.
De acordo com o delegado Marcos Bruzzi, o valor oferecido seria parte de uma indenização que Marina receberia pela morte do pai. Com o desaparecimento e morte dela, a quantia seria repartida entre os envolvidos no crime.
Ao longo das investigações, mais de 20 depoimentos foram colhidos, incluindo familiares e pessoas próximas à família.
Relembre o caso
Marina desapareceu no dia 20 de outubro de 2024, no bairro Bom Jesus. Na ocasião, a mãe da adolescente contou à polícia que saiu de casa por alguns minutos para ir a uma conveniência próxima, deixando a filha com a irmã mais nova.
A mãe relatou que ligou pedindo para a menina mais nova buscar um frango. Quando voltou, Marina não estava mais em casa.
As investigações começaram com a análise de imagens de câmeras de segurança. Uma denúncia apontou que a adolescente foi vista sendo levada em um carro para uma área de mata próxima a um frigorífico da cidade, mas nenhuma evidência concreta foi encontrada no local.
Um dos investigados, que é namorado da irmã da vítima, fugiu assim que a polícia iniciou as apurações. Durante a investigação, descobriu-se que ele chegou a utilizar a própria irmã para enviar mensagens à mãe de Marina, fingindo ser a adolescente e tentando interromper as buscas.
O caso segue sendo acompanhado pela Polícia Civil, que ainda trabalha para localizar o corpo da vítima.