O juiz Jones Gattass mandou bloquear as contas do empresário e homicida, Carlos Alberto Gomes Bezerra, como forma de executar dívida de R$ 58 mil que ele contraiu de uma nota promissória de 2020. Decisão é da última sexta-feira (7).
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Detido na Penitenciária Central do Estado (PCE) por assassinar sua ex-companheira, a servidora Thays Machado, 44 anos, e o então namorado dela, Willian Moreno, 40, em janeiro de 2023, Carlinhos vem ajuizando sucessivos recursos na Justiça com dois objetivos: protelar sua submissão ao júri e para evitar as execuções, sendo a principal delas o pedido de pensão que a mãe de Thays lhe cobra.
Em 2024, A.M.J. ajuizou ação de execução de título extrajudicial contra Carlinhos, alegando que é detentor de nota promissória adquirida por ele em 2020, no valor de R$ 30 mil. Após sucessivas tentativas infrutíferas de receber o montante, A.M.J. não viu outra saída senão acionar a 6ª Vara Cível de Cuiabá.
Comprovada a dívida e a incapacidade de Carlinhos em pagar o valor atualizado, R$ 53 mil, o juiz Jones Gattass, então, determinou o bloqueio nas suas contas. “Defiro o pedido da exequente, determinando o bloqueio de valores em contas do executado, uma vez que, embora tenha recusado assinar o mandado, tomou ciência da execução”, decidiu.
Júri e pensão
Enquanto tenta se livrar das dívidas, Carlinhos tenta protelar sua submissão ao júri popular pelo duplo homicídio, mas também sem muito sucesso. No último dia 28 de janeiro, o ministro Luis Felipe Salomão, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou mais uma tentativa do homicida. Por preclusão da defesa, Salomão decidiu manter julgamento, que ainda não tem uma data marcada.
Carlinhos ajuizou outros três recursos com o mesmo objetivo, todos negados, sendo o último definitivo na sessão do dia 30 de janeiro, no STJ. O processo, agora, provavelmente aguarda designação do Tribunal do Júri para que Carlinhos possa ser julgado.
Em novembro passado, ele chegou a alegar à Justiça que seria “pobre” para não pagar a pensão que a mãe de Thays, sua ex-sogra, lhe cobra em razão do assassinato da filha. No entanto, ele também não está obtendo êxito neste processo.
Nos documentos, os quais o Olhar Jurídico obteve acesso, consta que Carlinhos possui uma casa, reformada, avaliada em R$ 293 mil situada no bairro Santa Rosa, Cuiabá, incorporada ao capital da sua empresa, a Cosmos Consultoria e Assessoria LTDA, cujo capital social é de R$ 380 mil.
Consta também que ele detém 33,3% de cotas da empresa CAGB Construção Civil, no valor de R$ 166,6 mil, bem como 100% dos direitos da Cosmos Consultoria, a qual teve elevação de capital em 2023 quando houve a incorporação de imóveis no valor de R$ 293 mil. Em contrapartida, possui dívida de R$ 118,8 mil com um banco.
No entanto, ele alega que está preso, sem acesso às contas e sem trabalho. Por isso, não poderia quitar o valor cobrado por Denise. O que também não convenceu os magistrados do Tribunal. Em decisão proferida no dia 14 de janeiro, contudo, a vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJMT), desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho, manteve Carlinhos obrigado a pagar a pensão de R$ 4 mil.
O crime
Thays foi assassinada no dia 18 de janeiro de 2023, quando estava em frente ao Edifício Solar Monet, com o então namorado, William Moreno, também executado. O casal foi surpreendido pelo empresário, conhecido como Carlinhos, que passou pelo local em um carro e efetuou vários disparos contra eles.
Thays foi atingida com dois tiros nas costas e um na altura do quadril. William foi atingido no braço esquerdo e no peito. Ele ainda tentou fugir de Carlinhos, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays, onde faleceu.
(1)(1)-(1)-(1)(1)-(2)(1).jpg "Carlinhos Bezerra tem as contas bloqueadas por dívida de R$ 58 mil")
