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Quarta-feira, 16 de julho de 2025

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PRESIDENTE DA OAB-MT

Gisela defende punição a todos os envolvidos em esquema de negociação de sentenças: 'independentemente do cargo'

Foto: Assessoria

Gisela defende punição a todos os envolvidos em esquema de negociação de sentenças: 'independentemente do cargo'
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, afirmou que todos os envolvidos em possíveis atos ilícitos investigados pela Operação Sisamnes devem ser responsabilizados, independentemente do cargo que ocupem. A declaração foi dada nesta terça-feira (24), durante entrevista coletiva concedida na solenidade de abertura da inspeção no Tribunal de Justiça (TJMT).


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“A OAB busca o esclarecimento dos fatos. Aqueles que forem identificados como autores de crimes ou ilícitos devem responder por seus atos, seja magistrado, advogado, promotor ou qualquer outro agente do sistema de Justiça”, afirmou Gisela. Segundo ela, o interesse da advocacia e da sociedade é que os fatos sejam apurados de forma efetiva e transparente.

Nos últimos meses, diversas representações foram protocoladas por advogados no CNJ contra decisões judiciais proferidas por juízes e desembargadores. Os questionamentos têm como pano de fundo as revelações da Operação Sisamnes, conduzida pela Polícia Federal e que investiga a venda de sentenças judiciais, corrupção, exploração de prestígio e lavagem de dinheiro no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Deflagrada inicialmente em novembro de 2024, a operação teve como alvos os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, que seguem monitorados por tornozeleira eletrônica. Também foram atingidos o juiz Ivan Lucio Amarante e advogados como Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho de um dos desembargadores, e outros. O empresário Andreson Oliveira Gonçalves, apontado como lobista do grupo investigado, segue preso.

As investigações avançaram a partir da análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá, em dezembro de 2023, em meio a uma disputa fundiária. Informações extraídas do aparelho contribuíram para o afastamento dos desembargadores do TJMT.

A 8ª fase da operação foi deflagrada no dia 29 de maio deste ano e teve como foco aprofundar as apurações sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro utilizado para disfarçar pagamentos de propina em troca de decisões judiciais. Por ordem do Supremo Tribunal Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, sequestro de bens avaliados em R$ 30 milhões, além do afastamento de magistrado e proibição de saída do país.

No dia 28 de maio, a Polícia Federal já havia executado a 7ª fase da investigação, com a prisão de cinco pessoas: o coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini (acusado de ser o financiador da execução de Zampieri), Antônio Gomes da Silva (o executor, pessoa que puxou o gatilho), Hedilerson Fialho Martins (intermediador, responsável por contratar Antônio), Gilberto Louzada da Silva (intermediador) e Aníbal Manoel Laurindo (fazendeiro envolvido na disputa e acusado de ser o mandante).
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