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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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associação com o tráfico

Mangueira e presidente podem ter sigilos quebrados

Foto: Reprodução

Mangueira e presidente podem ter sigilos quebrados
O presidente da Estação Primeira de Mangueira, Ivo Meirelles, escola de samba da qual Cuiabá foi tema do samba enredo este ano e pagou R$ 3,6 milhões para isso, bem como a própria Mangueira podem ter a quebra do sigilo fiscal e das contas bancárias decretadas a qualquer momento, por suspeita de envolvimento do presidente da escola no crime de associação para o tráfico de drogas.

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O pedido partiu do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e foi interposto junto ao Juízo da 39ª Vara Criminal, na tarde desta terça-feira (19). Segundo a Promotora de Justiça Vera Regina de Almeida, responsável pelo inquérito, as informações solicitadas têm por finalidade verificar não apenas a evolução patrimonial de Ivo Meirelles, durante o período em que esteve à frente da diretoria da escola de samba, mas também as transferências bancárias realizadas.

De acordo com informações do Ministério Público do Rio, por determinação da Justiça, as informações sobre as contas bancárias existentes foram encaminhadas a procuradoria entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. Foram identificadas seis contas em nome de Ivo e cinquenta e quatro contas em nome da agremiação, nas quais ele consta como representante. Com base nestes dados, a Promotora de Justiça pediu a quebra do sigilo para verificar possíveis irregularidades desde a posse de Ivo como presidente, em abril de 2009, até dezembro de 2012.

Ivo Meirelles foi indiciado pela Autoridade Policial da 17ª DP (São Cristóvão) pelo crime de associação para o tráfico. A investigação foi requerida pelo MPRJ, após denúncia anônima recebida pela Ouvidoria no dia 16 de dezembro de 2010.
De acordo com a denúncia, os então líderes do tráfico de drogas Francisco Paulo Testas Monteiro, vulgo Tuchinha, e Alexandre Mendes da Silva, vulgo Polegar e sobrinho de Tuchinha, recebiam verbas da agremiação. O pagamento seria mensal, em torno de R$ 150 mil. Em troca, os traficantes teriam ordenado a nomeação de Ivo como presidente da escola e indicado outros integrantes para funções de diretoria.

O contrato milionário entre a Prefeitura de Cuiabá e a Mangueira, encabeçado pelo ex-prefeito Francisco Galindo (PTB) na Mangueira gerou polêmica. Apesar de a alegação de que era uma vitrine para a cidade-sede da Copa 2014, boa parte da população acredita que os R$ 3,6 milhões destinados à escola de samba, poderiam ter sido revertidos para saúde, educação e outras áreas prioritárias.

Com um samba enredo pobre e alegorias que deixaram a desejar no quesito representatividade da cultura cuiabana, o desfile da Mangueira virou assunto nas redes sociais por deixar de fora elementos básicos, que representam a cultura local como a Viola de Cocho, o Siriri, o Cururu, o pequi, e o calor escaldante da terra. Em entrevista recente o prefeito Mauro Mendes admitiu que não foi um negócio para a cidade.

A assessoria de imprensa do prefeito informou que ele não vai se pronunciar sobre este assunto.

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