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Acusado de matar ex, sogros e balear prima de Maggi em restaurante vai a júri popular

21 Fev 2013 - 16:21

De Rondonópolis - Giselle Saldanha - Olhar Direto/Agência Pauta Pronta

Foto: Reprodução/ilustração

Acusado de matar ex, sogros e balear prima de Maggi em restaurante vai a júri popular
O autor do triplo homicídio cometido dentro de um restaurante em Rondonópolis, Verde Vale, em setembro de 2009, Paulo Henrique Cabral Cardoso (hoje com 40 anos), será julgado no próximo dia 15 por júri popular.

Acusado de matar ex-enteado afogado e sogra carbonizada depõe

O ex-marceneiro é responsabilizado pela morte da ex-namorada, Criza Renata de Carvalho Brasil (23), o padrasto da jovem Lucas Valeriano da Silva (44) e a mãe dela Mariluce Aparecida de Carvalho (42). Um dos tiros disparados dentro do estabelecimento ainda acertou uma quarta vítima, Crislaine Maggi Scheffer (25), prima do senador Blairo Maggi, única que sobreviveu.

Em depoimento o assassino confesso alegou que estaria atormentado pelo freqüente desprezo que vinha sofrendo pela ex-namorada que não atendia suas ligações e o evitava todas as formas. O ex-marceneiro contou que no dia do crime não tinha intenção de matar Criza e somente havia levado a arma para ameaçá-la, porém com intromissão do padrasto, se exaltou e lembra somente do primeiro tiro que disparou contra Lucas.

De acordo com a defesa, o padrasto da jovem tentava a todo custo impedir que Paulo reatasse com a ex-namorada. A parte levanta que havia indícios de um suposto relacionamento entre os dois - padrasto e enteada. Portanto, a tese da defesa é que o crime tenha sido passional, cometido por ciúmes.

O defensor de Paulo, advogado Nelson Pereira Lopes, que tem mais de 20 anos de experiência na área criminal, objetiva fazer com que a acusação seja revertida de homicídio qualificado para homicídio privilegiado, já que o réu é confesso. Desta forma, em caso de condenação, a pena seria menor.

Já a acusação aguarda a condenação do réu por triplo homicídio qualificado e ainda tentativa de homicídio. “Esperamos e contamos que a pena seja superior a 60 anos”, disse o advogado da família, Elson Rezende de Oliveira. Rezende afirmou ter uma testemunha peça chave no caso e prometeu ainda uma surpresa para o dia do julgamento. “Não posso falar que é estratégia da acusação, mas será uma surpresa para o júri”, revelou.

Foram convocadas 11 testemunhas das quais seis são de acusação. O Conselho de Sentença será formado por sete jurados que serão sorteados entre os 15 que estarão presentes. O julgamento será aberto ao público e presidido pelo juiz da primeira vara criminal, Wladymir Perri. A sessão ocorrerá no dia 15 de março no Tribunal do Júri de Rondonópolis.

Comportamento – Na penitenciária da Mata Grande, onde está a quase dois anos, o ex-marceneiro apresenta bom comportamento e realiza trabalho interno como auxiliar de serviços gerais, segundo afirmou um agente penitenciário que trabalha no anexo.

Caso – As três pessoas da mesma família foram assassinadas a tiros enquanto almoçavam, dentro do Restaurante Verde Vale, em Rondonópolis, no dia 20 de setembro de 2009.

Paulo Henrique Cabral teria entrado no estabelecimento e perguntado a ex-namorada porque ela não havia atendido a suas ligações, ao que ela respondeu que não havia escutado. O padrasto da jovem então teria pedido que ele se retirasse do local, momento em que o suspeito sacou o revólver e atirou na cabeça de Lucas, deu três tiros em Criza e, em seguida, mais um na mãe dela. Criza e o padastro morreram na hora, a mãe faleceu já no hospital.

Uma bala perdida também chegou a atingir a jovem Crislaine Maggi Scheffer, filha do empresário Eraque Maggi Scheffer e, portanto, prima de segundo grau do senador Blairo Maggi.

No momento, havia cerca de 200 pessoas almoçando no local. Houve um grande tumulto e com isso Paulo Henrique conseguiu fugir. Ele foi preso quase 20 dias depois em um quarto de motel aqui em Rondonópolis, onde supostamente estaria sendo auxiliado por uma pessoa conhecida dele com comida e roupas.

A imprensa, na época, Paulo se declarou arrependido e disse que voltaria atrás a qualquer momento, se pudesse. Em seu relato, o marceneiro explicou os motivos que o levaram a matar sua ex-companheira, o padrasto dela, Lucas Valeriano da Silva (48) e a mãe dela.

“Foi por loucura, eu fiquei cego. Não entendi porque ela não terminava, no entanto, não atendia meus telefonemas, mentia pra mim, pegava ela em certas mentiras e eu fiquei transtornado com isso. Fiz, não tem como voltar atrás, estou muito arrependido, pela família dela que eu gosto, pela avó dela que eu amo, pela minha mãe. Estou aqui para prestar contas”, declarou.
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