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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Atentado a empresário

Defesa de diretor financeiro preso pelo Gaeco acusa polícia de omissão

Foto: Ilustração

Defesa de diretor financeiro preso pelo Gaeco acusa polícia de omissão
A defesa de Marcelo Takahashi, diretor financeiro da empresa BNM Mineração, preso no início da noite de ontem pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), afirma que foram constatadas algumas irregularidades na condução do inquérito, como a recusa de provas do suspeito e a omissão de informações solicitadas pela defesa.

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O advogado Eduardo Mahon, que defende Marcelo Takahashi afirma que foram apresentadas testemunhas do diretor financeiro, mas que foram descartadas pela polícia. De acordo com Mahon, ficou claro abuso da autoridade policial.

Relata ainda a defesa que informações das investigações foram omitidas após a conclusão do inquérito, o que, segundo o advogado, não faz sentido, pois já não existia segredo de justiça. O inquérito foi iniciado em abril de 2012 e concluído em fevereiro de 2013. A defesa teve acesso aos documentos, com exceção dos apensos.

“Nós solicitamos os apensos, que são as escutas telefônicas gravadas e a quebra do sigilo fiscal e bancário. Solicitamos na quarta-feira, na quinta-feira, na sexta-feira”, relembra Mahon. Takahashi acabou preso no domingo.

A causa da prisão também não se sustentava, argumenta o advogado. Segundo Mahon, o inquérito foi concluído em fevereiro e seu cliente já havia se apresentado à polícia prontificado a colaborar com o que fosse necessário, sem obstruir os trabalhos da polícia. As investigações foram conduzidas pelo delegado Carlos Américo Marchi.

Marcelo Takahashi foi solto na manhã de hoje pela desembargadora Maria Helena Póvoas, plantonista do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Também ganhou liberdade o empresário Filadelfo dos Reis Dias, preso no início da noite de ontem pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Ambos são suspeitos de arquitetar um atentado contra Valdinei Mauro de Sousa, ex-sócio de Filadelfo dos Reis Dias.

Souza protocolou queixa-crime em abril de 2012 na polícia apontando que se a suposta tentativa de assalto cometida contra ele em 12/04/2012 foi de fato um atentado, existiria apenas uma pessoa interessada na ação: Filadelfo dos Reis Dias.

Na ocasião, Filadelfo declarou-se surpreso ao Olhar Direto a respeito da queixa-crime protocolada pelo ex-sócio. “Desconheço esse assunto. Isso tem que ser tratado na Justiça. Mas para acusar ele tem que ter provas e eu vou entrar com medida judicial no momento. Não tenho nada contra ele e não entendo. Isso foi uma surpresa para mim”, afirmou.

Valdinei e seu amigo Wanderley Torres, dono da construtora Trimec, estavam visitando a mineradora localizada dentro de uma propriedade recém adquirida por Valdinei na região da Praia Grande, em Várzea Grande, quando foram surpreendidos na saída por quatro assaltantes.

Eles haviam assaltado funcionários da mineradora e tentaram fazer com que Valdinei e Wanderley descessem do veículo blindado em que estavam. Entretanto, eles resolveram não parar a camionete e acabaram alvejados por cerca de 20 disparos. Torres chegou a ser baleado.

NOTA

A Defesa de Marcelo M. Takahashi, gerente financeiro do Grupo Dias, informa que ingressou às 17:30 de hoje, 25 de março, com um aditamento ao habeas corpus inicial, do qual obteve liminar na manhã deste segunda-feira. O investigado, por orientação do advogado, compareceu mais uma vez espontaneamente à Secretaria da 1a Vara Criminal de VG, acompanhado do seu patrono. E, novamente, cópia integral dos processos foi negada. Dessa vez, um fato inusitado: a gestora negou-se, inclusive, a passar certidão do comparecimento espontâneo de Marcelo Takahashi para antecipar-se e receber citação.

Já havíamos comparecido espontaneamente à delegacia para prestar depoimento, oferecemos outras testemunhas e colocamo-nos à disposição do Judiciário. Parece não ter sido suficiente. A inclinação pelo escândalo público motiva operações que, não raras vezes, são anuladas rapidamente por absoluta carência de provas.

À míngua do direito público de certidão da inverossímil situação, os advogados fotografaram e registraram a presença do cliente e ingressará com o aditamento no habeas corpus, a fim de que o Desembargador-Relator do TJMT conceda vista para cópia integral dos processos nos quais haja referência à operação deflagrada pelo Gaeco. É preciso compreender que as prerrogativas profissionais dos advogados não podem ser ignoradas, sob pena de padecer a sociedade com abusos e ilegalidades.
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