Durante evento realizado pelo Ministério Público Estadual (MPE) na manhã desta sexta-feira (05), na Praça Alencastro, o senador Pedro Taques (PDT) e o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) compareceram ao ‘adesivaço’ promovido pelo órgão contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional – PEC 37.

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A PEC 37 gerou uma crise sem precedentes entre setores de algumas corporações policiais e o Ministério Público. Manifestações estão sendo realizadas em todos os estados da federação, após o Ministério Público Federal se posicionar com veemência contra a proposta.

Por outro lado, autoridades policiais e alguns políticos demonstram simpatia a PEC 37, principalmente os 191 parlamentares que são investigados pelo MP. São 160 deputados federais e 31 senadores alvos de processos e inquéritos contra corrupção ou desvio de dinheiro público. O percentual mostra que a cada três parlamentares, um é investigado.

As investigações nos últimos anos aumentaram cerca de 50% e o número de parlamentares com pendência no Supremo Tribunal Federal saltaram para 40% entre 2011 e 2012.

O procurador Geral de Justiça, Paulo Prado, participou do evento e questionado sobre as declarações do vice-presidente da Associação Nacional dos Delgados (Andepol), Carlos Eduardo Benito, respondeu: “se o Ministério é tão incapaz como ele disse, porque todo esse estardalhaço em torno da PEC 37?”.

“A criação no Congresso da proposta pode estar relacionada às 191 investigações sofridas por parlamentares, e o que elas poderiam resultar para estes congressistas. A proposta, que está para ser votada na Câmara Federal tira o poder de investigação criminal dos Ministérios Públicos Estaduais e Federais e a restringe apenas as polícias civil e federal, que não poderão investigar nem deputados nem senadores”, explica Prado.

Em entrevista a um canal de TV, o vice-presidente da Andepol disse que o Ministério Público não tem competência para fazer investigações. Opinião diversa tem o senador Pedro Taques, que em entrevista ao Olhar Direto declarou que a PEC da Impunidade, como vem sendo chamada, servirá apenas para fomentar a corrupção e as ações criminosas.
“O problema não é o Ministério Público atuar em investigações, o problema é que o MP investiga de servidores e políticos à organizações criminosas, e é lógico que isso incomoda muita gente que quer ver o Ministério fora disso”, salientou o senador.

O prefeito de Mauro Mendes também compareceu ao evento para demonstrar seu apoio à causa do MP. “Estamos cientes do perigo que estamos correndo caso essa PEC seja aprovada, por isto vim pessoalmente mostrar que sou contra o cerceamento do trabalho não só do MP, mas da Receita, das delegacias fazendárias, IBAMA e de qualquer outro órgão com capacidade para investigar”.