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Notícias / Política de Classe

Candidata à procuradora-geral da República, Ela Wiecko, acredita gênero pode pesar na escolha

Da Redação - Laura Petraglia

A candidata à procuradora-geral da República, subprocuradora Ela Wiecko, que compõe a lista tríplice enviada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) à presidenta Dilma Rousseff (PT), acredita que como nunca houve uma mulher ocupar o cargo, tal fator pode pesar  para a escolha da governante. O candidato mais votado na votação organizada pela ANPR foi o subprocurador-geral Rodrigo Janot.

A votação entre os três componentes da lista tríplice ficou bem equilibrada. Janot teve 511 votos, seguido por Ela com 457 e Deborah Duprat, que obteve 445 votos. Em entrevista ao Olhar Jurídico, Ela disse acreditar que essa pouca diferença de votos entre os candidatos favoreça a escolha de uma mulher.

“Há uma expectativa grande em torno desta escolha porque não há uma diferença grande de votos. E é uma lista onde existem duas mulheres. A presidenta Dilma tem se preocupado inclusive na escolha de seus ministros em assegurar uma igualdade maior, então eu tenho uma expectativa positiva. Como nunca houve uma procuradora geral da República, acredito que isso pese para a escolha da Presidente”, explanou.

Apesar do otimismo, Ela diz ter ciência que se trata de uma escolha política que extrapola muitas vezes o desejo da igualdade de gênero da presidenta no governo dela. “Mas essa escolha sabemos que é política, que são vários os fatores levados em conta, e que é muito complexo. Então não vai ser só visão de estabelecer a igualdade de gênero o fator a ser considerado pela Presidenta”, disse.

Ela lembra que tanto escolha da Presidenta para PGR quanto a indicação do STF com relação à próxima composição do Conselho Nacional do Ministério Público, são essenciais para a manutenção da representatividade feminina na cúpula dessas instituições.

“Outra coisa também é que no Conselho Nacional do Ministério Público, na próxima configuração, se não houver uma mulher indicada pelo Supremo Tribunal Federal e se não houver a Procuradora Geral da República, não haverá nenhuma mulher, o que é muito ruim ao meu ver, por que como é que fica o Conselho Nacional do Ministério Público, sem nenhuma representação sabendo que há em praticamente todos os estados porcentagem representativa de mulheres nos Ministérios Públicos?”, finalizou.

A escolha

Por lei, a escolha do chefe do Ministério Público da União (MPU) é da presidenta. No entanto, desde o primeiro mandato de Lula tem sido respeitada a lista tríplice encaminhada pela ANPR. Desde então, foi um mandato de Cláudio Fontelles, dois de Antônio Fernandes de Souza e dois de Roberto Gurgel.
 
O cargo ficará vago em agosto, quando o atual PGR, termina seu segundo mandato.

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