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Justiça quer saber se João Emanuel já atuou como advogado do clã Pagliuca

Da Redação - Katiana Pereira

 Em ofício expedido na última sexta-feira (16) a juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado de Cuiabá, requer que o Departamento Judiciário Auxiliar (Dejaux) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso encaminhe, com a “maior brevidade possível”, o levantamento dos processos relativos à família Pagliuca e os respectivos advogados que atuam e atuaram nesses processos.

A finalidade da magistrada é conseguir informações sobre a habilitação do também acusado e ex-vereador de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, “como advogado de algum deles, a fim de instruir os autos supra mencionado”. O mesmo ofício foi remetido ao Cartório Distribuidor da Comarca de Cuiabá.

A magistrada também expediu ofício à Penitenciária Central do Estado (PCE) pedindo cópias do controle de acesso em que marca as visitas de João Emanuel à unidade prisional quando os líderes da família Pagliuca estavam presos no local.

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A defesa do ex-vereador, o advogado Eduardo Mahon, informou ao Olhar Jurídico que não sabe se João Emanuel atuou na defesa dos membros da família Pagliuca. "Que eu saiba ela não foi advogado de nenhum deles. Não tenho conhecimento disso no processo". 

Sobre o pedido para saber sobre a frequência de visitas à PCE, Mahon afirmou que esse fato já de conhecimento público, uma vez que o ex-vereador deu declarações que se encontrou com o clã Pagliuca quando foi sondado para defende-los.

O advogado ainda revelou que uma conversa entre João Emanuel e um dos membros da família acusada de narcotráfico foi interceptada durante a investigação do Gaeco. "Existe essa ligação sim. Ele foi procurado para atuar na defesa, mas disse que não podia pois estava fazendo campanha", explicou.

O processo que a magistrada pede informações é referente a ação gerada após investigação proveniente da Operação 'Assepsia', desencadeada em abril do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Presidência do Tribunal de Justiça e da Vara Especializada em Combate ao Crime Organizado e Crimes Contra a Administração Pública.

A operação investigou um esquema supostamente praticado por um advogado, um estagiário, um servidor público do Poder Judiciário e dois integrantes de uma organização criminosa atuante no ramo de tráfico de pasta base e cocaína. O objetivo era comprar uma sentença favorável a libertação do Clã Pagliuca, que estava preso sob a acusação de tráfico internacional de drogas.

Um dos alvos da denúncia foi o vereador cassado João Emanuel (PSD). Além dele, também foram denunciados José Maria Machado, Ailton Rodrigues de Pádua, Adalberto Pagliuca Neto, Régis Aristide Pagliuca, Regina Célia Cardoso Pagliuca, Joelson Alves da Silva, Elaine Cristina Pagliuca Silva, Joelma Alves da Silva e Ana Alves da Silva. Todos respondem por corrupção ativa.
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