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Notícias / Civil

Filha de médica espancada entra com ação em R$ 100 mil por danos morais contra empresário; ela teria sido ameaçada

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

O empresário Marcos César Martins Campos, de 34 anos, acusado de espancar a médica Camila Tagliari Campos, de 29 anos, deverá responder na Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, por uma ação que pede R$ 100 mil à título de reparação moral proposta pela filha da vítima, identificada como A.F.T.A., de 11 anos. Segundo consta das apurações policiais, a menor teria sido ameaçada pelo réu enquanto assistia sua mãe ser espancada pelo mesmo. 

A médica, que manteve uma relação de quase oito anos com o empresário, foi severamente agredida na madrugada de 27 de março na garagem de um prédio de luxo no bairro Duque de Caixas, em Cuiabá.

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O pedido foi protocolizado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) desde a última quarta-feira (18), encontra-se em segredo de justiça , sob relatoria do magistrado Jamilson Haddad Campos e foi incluindo ao Diário de Justiça desta segunda-feira (23). 

Por ser menor de idade, a requerente A.F.T.A será representada em audiência de conciliação por sua mãe, que está agendada no dia 05 de setembro deste ano.

O caso foi registrado pouco depois de o casal deixar uma comemoração pelo aniversário de Marcos. Durante a festa, na qual Marcos consumiu bebidas alcoólicas, a vítima teria sugerido ao agressor que ambos fossem embora do local, já que no dia seguinte teriam de comparecer a outro evento comemorativo, dessa vez com os pais de Marcos.

No entanto, quando o casal chegou à garagem do prédio onde reside, a mulher foi, de repente, puxada pelo cabelo. Na sequência, iniciou-se uma sessão de agressões físicas: com socos e tapas. As agressões, presenciadas pela filha da médica, e enteada de Marcos terminaram depois que a mulher se esconder no banheiro da portaria e acionou uma equipe da Polícia Militar. Os policiais realizaram a prisão de Marcos quando ele dormia no apartamento do casal. A filha da médica foi obrigada a assistir ao espancamento e ajudou a mãe a recobrar os sentidos nas duas vezes em que a mulher desfaleceu por conta do ataque sofrido.

Trechos da exordial:


No documento, obtido com exclusividade por Olhar Jurídico, a defesa da menor alega ser indiscutível o trauma psicológico sofrido pela cliente ao presenciar a violência sofrida por sua mãe perpetrado por quem ela considerava como "pai": 

“Mostra-se inegável, portanto, o irrefutável dano moral sofrido pela menor, seja pela própria agressão contra sua mãe precensiada, pela ameaça de agressão sofrida pelo ‘pai’, ou, ainda, pelos comprovados reflexos nocivos acarretados à saúde mental e à vida da infante, que não mais se porta como uma criança normal, como se espera que uma criança deve se portar e viver, razão pela qual merece e deve ser indenizada", consta da ação inicial, datada de 16 de maio. 

"O pagamento realizado pelo ofensor haverá de ensiná-lo a agir com mais cautela no cometimento dos seus atos, bem como acarretará em grande efeito de persuasão de seu ânimo de lesionar. A fixação de uma verba indenizatória representa uma ideia de penalidade".

Entretanto, a defesa considerou que "não há quantum indenizatório suficiente a reparar a dor e o trauma sempiterno de uma infante que viu seu ‘pai’ amoroso transformar-se repentinamente em um agressor cruel".'

O outro lado:

Procurado por Olhar Jurídico, o advogado Camila Tagliari não quis se manifestar, por se tratar de ação sigilosa e que envolve menor.  Também procurado, o advogado do empresário Marcos Campos se negou a falar a respeito da ação, adiantando que em momento oportuno o fará. 

* Atualizada às 16h29 e às 16h39.
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