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TJ autoriza reconstituição de assassinato em operação policial no CPA III

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A juíza da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Maria Aparecida Ferreira Fago, determinou que a Polícia Civil reconstitua o assassinato de André Luiz Alves de Oliveira, cometido em operação policial realizada no bairro CPA II, em Cuiabá. A decisão é do dia 28 de abril e atende a um pedido do acusado, o major da PM Waldir Félix de Oliveira Paixão Junior. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), ele executou André em retaliação à morte do colega. Os crimes ocorreram em agosto de 2016.

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"Com todo o respeito que reservamos a Autoridade Policial que presidiu os trabalhos do Inquérito Policial que alicerça a presente ação penal, Delegado de Polícia Civil Antônio Carlos Araújo, entendemos que a reprodução simulada dos fatos deveria ter sido efetivada, para que fossem trazidas à baila informações importantíssimas do modo que os fatos noticiados aconteceram", alegou a defesa de Waldir Félix de Oliveira Paixão Junior.

O major da PM acrescenta. "Com a devida vênia, temos a certeza de que com a efetivação da reprodução simulada dos fatos, tanto a defesa como a acusação, poderão visualizar o sítio dos acontecimentos e com isso, poderão formar com maior eficácia, suas convicções, assim como dará maior clareza para balizar a sentença que será prolatada por Vossa Excelência". 

O caso: 

Na ocasião, os militares Élcio Ramos Leite e Wanderson José Saraiva, que atuavam no setor de inteligência do 24ª Batalhão da Polícia Militar, no Bairro São João Del Rey, foram designados para obter informações sobre a comercialização ilegal de armas de fogo na região do CPA. André Luiz e Carlos Alberto estariam usando grupos formados através do aplicativo "WhatsApp" para oferecer à venda uma arma de fogo, tipo revólver, calibre 38, numeração 386944.

No dia 02 de agosto, por volta das 14h, os policiais militares Élcio e Wanderson José, a paisana, marcaram encontro com Carlos Alberto próximo ao terminal do CPA II, se dizendo interessados em adquirir a arma. Uma operação foi montada para dar suporte aos dois policiais caso o crime fosse constatado e a prisão em flagrante tivesse de ser realizada.

Do terminal, o denunciado seguiu com Elcio e Wanderson até sua residência, onde funciona uma distribuidora de água, no CPA III. Lá, o policial Wanderson percebeu que Carlos Alberto estava com uma arma na cintura e se recusou a entrar no quintal e na residência. Nesse momento, Carlos Alberto agiu com violência na tentativa de obrigar o policial a entrar, foi quando entraram em luta corporal.

André Luiz, que estava dentro da casa, teria sacado o revólver e ido dar apoio ao irmão, apontando a arma para o policial Elcio, o atingindo com um tiro na cabeça. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe, “praticado com o fim de impedir a atividade policial que estava sendo regularmente exercida no combate à venda ilegal de armas pelo denunciado e seu irmão”. 
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