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TJ não vê força política de Arcanjo e cita Taques: "nosso sistema penitenciário tem condições de recebê-lo"

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O desembargador Paulo Da Cunha, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, considera que o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro perdeu a força política que comprovadamente detinha até a primeira década dos anos 2000.

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Com a certeza, o magistrado foi responsável pelo voto relator determinando a transferência do contraventor à Penitenciária Central de Cuiabá, nesta terça-feira (01). Para exemplificar, Cunha citou o atual chefe do Poder Executivo de Mato Grosso, José Pedro Taques.

Antes de ser governador, Taques atuou como Procurador do Ministério Público Federal durante a Operação Arca de Noé. A referida operação desmantelou vários esquemas que uniam Arcanjo a crimes contra o sistema financeiro. Dentre os crimes estão irregularidades cometidas na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, em conjunto com deputado com José Geraldo Riva.

Em seu voto, Paulo da Cunha anexou reportagem do Olhar Direto em que Pedro Taques Afirma: “Eu penso que nosso sistema penitenciário tem condições de recebê-lo. Se ele vier, não será um problema porque a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Justiça vão ter que dar tranquilidade para o cidadão mato-grossense”.

Sem ter ciência do poder de sua declaração, o atual governador acabou por descartar dois pontos que eram considerados fundamentais para a manutenção de Arcanjo em um presídio federal: força política e falta de infra-estrutura nas unidades prisionais do Estado de Mato Grosso.

“Não se pode afirmar concretamente, hoje, que o agravante João Arcanjo Ribeiro possui influência política, como também não há notícias de que o grupo outrora por ele liderado continue estruturado e praticando as condutas criminosas outrora lhe imputadas”, afirmou o desembargador.

Paulo da Cunha ainda complementou seu raciocínio. “A título de exemplo, o Estado de Mato Grosso tem como chefe do Poder Executivo, atualmente, o Excelentíssimo Sr. José Pedro Gonçalves Taques, a mesma pessoa que, enquanto Procurador da República, combateu veementemente os crimes imputados ao agravante e às pessoas a ele vinculadas, sendo inimaginável, assim, qualquer influência política do agravante”.

A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso  deve ser notificada nos próximos dias para que a transferência seja executada.
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