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Notícias / Criminal

Defesa da tenente Ledur pede anulação de todas as provas e cita incompetência da Polícia Civil para investigar

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Fabiana Mendes

A defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento do Corpo de Bombeiros, requereu – nesta segunda-feira (15), durante audiência na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar- a anulação e todas as provas produzidas pela Polícia Civil. Segundo o advogado Huendel Rolin a PJC não teria competência para realizar a investigação. O pedido foi negado pela maioria.

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Durante a audiência, a defesa pontuou que a Polícia Civil não teria a competência para fazer a investigação. “Foi conduzido por uma autoridade totalmente incompetente. Isto vem acarretando em inúmeros prejuízos e violações das garantias constitucionais da denunciada”.
 
“A Polícia Civil não tem o mesmo olhar que os militares. Os tipos de delitos, eventualmente praticados no âmbito civil, possuem características distintas. A Polícia Militar possui uma estrutura rígida para investigar estes casos, a sua especificidade, para julgar estes casos”, completa o advogado.
 
Por conta do fato, Huendel Rolin requisitou a anulação de todas as provas da investigação da Polícia Civil, com exceção das técnicas.

O magistrado explicou que, em outubro de 2017 a tortura passou a ser crime militar. Antes da vigência da lei, quando aconteceu a denúncia, não havia irregularidade por tramitar na polícia civil, sendo assim, na época era considerado crime comum.

Por maioria (6 a 1) o conselho votou pela rejeição da questão de ordem do procedimento de instrução.

Ledur deve ser ouvida no próximo dia 16 de abril, às 13h30 no Fórum de Cuiabá.

O caso
 
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora ledur.
 
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.

O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares foram realizados, de acordo com a perícia criminal.

Atualizada às 15h54.
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