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Cartório de MT sob intervenção e com denúncias de intimidação arrecadou R$ 10 mi em 2018

Da Redação - Vinicius Mendes

O Cartório do 1º Ofício de Primavera do Leste (a 237 km de Cuiabá) arrecadou R$ 10 milhões em 2018, de acordo com dados disponíveis no Portal da Transparência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A tabeliã titular, Elza Fernandes Barbosa, está suspensa e o cartório segue sob intervenção diante de indícios de irregularidades. No últimos dias, uma operação policial revelou uma tentativa de intimidação contra o interventor escolhido pela justiça. 
 
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De acordo com os dados do CNJ, no primeiro semestre de 2018 o cartório arrecadou a quantia de R$ 4.471.315,50. Já no segundo semestre foram arrecadados R$ 6.263.878,52, resultando em um total de 10.735.194,02. No ano de 2017 o total arrecadado foi de R$ 8.860.265,83.
 
O Cartório do 1º Ofício de Primavera do Leste está sob intervenção desde fevereiro deste ano. Recentemente o Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou uma operação para prender dois policiais militares que estariam intimidando o interventor do cartório, supostamente a mando da ex-tabeliã.
 
Além disso, um laudo pericial encomendado pela Justiça apontou assinaturas falsificadas no holerite de Herbert Basílio Fernandes Silva, tabelião substituto do cartório. O documento ainda indicou que o substituto, que é filho de Elza Fernandes Barbosa, na realidade não morava na comarca, mas nos Estados Unidos.
 
O afastamento
 
A titular Elza Fernandes Barbosa foi afastada por três meses, com margem para mais um de prorrogação durante o desenrolar do processo administrativo. Na mesma decisão, foram afastados também os substitutos Hélia Sandea Fernandes Silva, Pedro Paulo Fernandes Silva e Adrienne Fanessa Fernandes Feitosa Lauck, cujos contratos de trabalho permanecem suspensos durante o período de afastamento.
 
Um interventor foi nomeado para o cargo, em fevereiro deste ano, pelo juiz da comarca, que após correição no cartório detectou irregularidades e afastou a proprietária e seu neto dos trabalhos cartorários do estabelecimento.  
 
Durante o período que o afastamento perdurar, a titular segue recebendo metade líquida da serventia e o remanescente fica depositado em conta única. Caso seja absolvida, Elza receberá o montante depositado. Caso condenada, o montante ficará com o interventor.
 
Intimidação, ameaça e prisão
 
Olhar Direto noticiou no último dia 29 de abril operação deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) para prender dois policiais militares que estariam intimando o interventor do cartório. A informação foi confirmada pelo delegado titular, Flávio Stringuetta.
 
Foram alvos da operação Jackson Pereira Barbosa, Geraldo Bruno Victor Cesar Rafael Martins Felício, Pedro Paulo Fernandes Feitosa e Elza Fernandes Barbosa. De acordo com investigações da Polícia Civil, havia fortes indícios do cometimento dos crimes de associação criminosa, coação no curso do processo e danos.
 
Stringuetta afirmou na ocasião que os militares são suspeitos de intimidarem o atual interventor do cartório a mando da ex-tabeliã. Durante a ação na casa de um militar, que não foi localizado, os policiais encontraram uma munição de fuzil 556. Todos os celulares dos alvos e um veículo Land Rover, de propriedade do neto da cartorária foram apreendidos.
 
A suposta intimidação ocorreu no dia 1º de março deste ano, após o interventor ter dois pneus de seu automóvel rasgados com faca. Os dois policiais teriam, supostamente, sido contratados com os fins de promover a intimidação ao interventor e tirá-lo do cargo.
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