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Taques defende Eraí, sócio da City Lar e mais empresários delatados como ‘tesoureiros informais’

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O ex-governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma série de informações para subsidiar defesa em investigação proveniente da delação premiada do empresário Alan Malouf. Entre documentos e elementos apresentados, Taques fez questão de esclarecer que não determinou ou foi beneficiado por supostos atos ilícitos cometidos pelos empresário Marcelo Malouf, Erivelton Gasques, Fernando Minosso, Juliano Bortoloto e o produtor rural Eraí Maggi.

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Na delação premiada, Alan Malouf afirma que Pedro Taques contava com um grupo de “tesoureiros informais” durante a campanha de 2014. Os empresários citados agiam para captar recursos não contabilizados em troca de “retorno" em caso de vitória do então candidato.
 
Em resposta ao TRE, Taques afirmou que o próprio Alan atuou junto de Marcelo Malouf, Erivelton, Minosso, Bortoloto e Eraí. Porém, de forma legal, sem o propósito de conseguir doações à margem do oficial.
 
“O Colaborador [Alan Malouf], assim como os demais empresários citados, atuou sim na campanha com a designação de agendas políticas com outros empresários e lideranças no setor em que atua. Vale dizer, trata-se de uma prática comum em uma campanha eleitoral; identificam-se simpatizantes de determinadas áreas, os quais auxiliam na campanha eleitoral agendando reuniões do seu seguimento comercial, além de outros líderes que possuam contato, tudo no sentido de convencimento a respeito das propostas e plano de Governo do então candidato”, afirmou o ex-governador.
 
Continuando o raciocínio, Pedro Taques explicou que doações feitas por alguns dos nomes podem se constatadas no relatório de contas da Justiça Eleitoral. “Sob nenhuma circunstância os mesmos solicitaram ou receberam algum benefício em troca do apoio oferecido”.
 
O ex-governador tucano tenta demonstrar o que seria a estratégia de Alan Malouf na delação premiada. “É possível notar da narrativa do Colaborador que ele busca fazer entender, de uma forma mentirosa, que possuía grande influência sobre o Peticionante e capacidade de se imiscuir no exercício das funções do cargo”.
 
Taques rebateu também a acusação de que teria pedido R$ 1 milhão a Eraí Maggi. “O Peticionante [Pedro Taques] possui o mais absoluto respeito pelo Sr. Eraí Maggi e pode afirmar que ele nunca lhe solicitou nada de ilegal ou imoral durante a sua gestão no Governo do Estado, ou em qualquer outro momento”.
 
Primeiro escalão
 
As informações entregues por Taques também tentam rebater afirmação de que Paulo Brustolin (secretário de Fazenda) e Júlio Modesto (secretário de Gestão) compunham a equipe de governo recebendo um complemento salarial de forma ilegal.
 
“Tratam-se de informações inverídicas e desvinculadas a elementos de comprovação”, afirmou Pedro Taques. Conforme explicado, o ex-governador conhecia Brustolin há 15 anos quando da indicação “ em razão de suas qualidades e qualificações técnicas, além da vasta experiência profissional em cargos executivos da Unimed”.
 
O político afirmou ainda ter laços com Julio Modesto desde o ano de 1997 “quando atuou como professor da Universidade de Cuiabá (UNIC) e o Sr. Júlio ocupava cargo na Diretoria da empresa”.
 
Fábio Galindo
 
O ex- governador também fez questão de defender o ex-secretário de Segunda Pública, Fábio Galindo. O ex-membro do primeiro escalão do Executivo foi delatado por supostamente oferecer serviços de “blindagem” ao preço de R$ 3 milhões.
 
Galindo teria oferecido, segundo Malouf, proteção junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. Pedro Taques não acredita no suposto ato de seu ex-secretário.
 
“Trata-se de pessoa séria e comprometida com as práticas mais corretas e regulares da Administração Pública, desconhecendo o Peticionante sobre qualquer ato ilícito praticado por ele durante a sua vida pública”.
 
A investigação no TRE
 
A delação de Alan Malouf com a Procuradoria-Geral da República (PGR) tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF). Os fatos revelados contra o ex-governador foram enviados ao STJ respeitando a então prerrogativa de foro privilegiado. No âmbito do STJ, o referido acordo de colaboração foi autuado como sindicância para apurar suposta prática dos crimes de falsidade ideológica eleitoral e corrupção passiva. Devido à derrota de Taques no pleito eleitoral de 2018, o foro foi encerrado.
 
Decisão do ministro Mauro Campbell Marques, então relator da sindicância, decidiu no dia 7 de fevereiro de 2019 enviar o caso à Justiça Eleitoral em Mato Grosso. Logo que os autos foram protocolados no Tribunal Regional Eleitoral,  o desembargador Márcio Vidal decidiu por redistribuir as investigações ao juízo da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
 
Em Mato Grosso, conforme petição, o interesse de Taques é colaborar para esclarecer os fatos, mantendo a imagem pública do investigado.
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