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Notícias / Criminal

Médicos da Sangria descumprem cautelares na primeira semana; Huark pede autorização

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali, réus e colaboradores no processo proveniente da Operação Sangria, descumpriram cautelar imposta pela Justiça menos de uma semana após deixarem a cadeia. A inadimplência pode gerar nova prisão preventiva. Os réus foram alertados pela própria magistrada sobre a possibilidade.
 
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Conforme determinado pela magistrada Ana Cristina Mendes na decisão que revogou as prisões, posicionamento do dia 3 de maio, o recolhimento domiciliar noturno deveria durar nos dias de semana, exatamente das 19h às 6h. Em fins de semanas e feriados, o recolhimento é integral. A juíza esclareceu sobre a "possibilidade de decretação da prisão preventiva em caso de comprovado descumprimento".
 
Mesmo com o alerta, a medida, considerada essencial para reverter as prisões, foi descumprida quatro dias depois do alvará de soltura. Em 7 de maio Luciano Ribeiro se recolheu às 19h30. Conforme relatado pelo advogado Helio Nishiama, o atraso foi causado pelo atendimento a uma paciente com infecção no apêndice. 
 
No dia 8 de maio, Fábio Liberali se recolheu com um atraso de 10 minutos, ou seja, voltou para casa às 19h10. Também conforme o advogado Helio Nishiama, o atraso foi causado por um atendimento médico.
 
No dia 9 de maio, a defesa dos dois réus enviou termo de justificativa sobre os descumprimentos. Segundo Nishiama, nas ocasiões a Central de Monitoramento foi imediatamente comunicada.
 
A juíza Ana Cristina ainda não se manifestou sobre os últimos acontecimentos. Decisão é aguardada.
 
Solicitação de Huarck
 
Para evitar problemas, o também médico e ex-secretário de Saúde Huarck Correia solicitou a mudança de horários de recolhimento.
 
Huark Correia comunicou que trabalha como médico intensivista concursado na rede pública de Cuiabá, lotado no Pronto-Socorro e com carga horária das 7 às 11h. O ex-secretário de Saúde de Cuiabá lembrou ainda que cumpre escalas de plantão trabalhando frequentemente no período noturnos, finais de semana e feriados.
 
Huark pediu que seja relativizada a cautelar de proibição de frequentar unidades de saúde municipais. O ex-secretário solicitou ainda autorização para trabalhar em horários noturnos, finais de semana e feriados.
 
Ainda não há decisão da Justiça sobre os pedidos.
 
Outros pedidos

 
Fábio também comunicou que é médico intensivista concursado, trabalhando às segundas e terças, das 19h às 7h. Ele também comunicou que presta serviços na Unimed durante as segundas (16h às 22h) e nas quartas (13h às 19H).
 
Luciano explicou que é professor concursado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), exercendo funções no Hospital Universitário Júlio Muller. Afirmou ainda que é médico plantonista e coordenador do Hospital Geral, realizando plantões aos domingos.  Lembrou também que possui consultório no edifício Santa Rosa Tower, além de atender pacientes no Hospital Santa Rosa, encerrando expedientes às 21h.
 
Os dois médicos pediram pela flexibilização dos horários de recolhimento para que possam trabalhar.
 
Ainda não há decisão da Justiça sobre os pedidos.
 
A Sangria
 

Liberdade foi concedida a Huark, Luciano e Fábio Liberali no dia 3 de maio. Todos deixaram a cadeia após demonstrarem postura colaborativa. Entre as medidas cautelares que substituíram a prisão, além do recolhimento domiciliar noturno, estão não mudar de endereço, proibição de manter contato com testemunhas, proibição de se ausentar da comarca, monitoramento eletrônico e comparecimento em todos os atos do processo.

A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes cometidos através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna (Proclin), Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar (Qualycare) e Prox Participações.   

Outro lado 

A reportagem  conseguiu contato por telefone com a defesa dos médicos. Porém, Helio Nishiama disse que não pretende se manifestar sobre o assunto.
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