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Desembargador diz que 3.300 membros de facções criminosas estão presos em penitenciárias de MT

Da Redação - Vinicius Mendes

O desembargador Orlando Perri, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (GMF), afirmou que cerca de 3.300 membros de facções criminosas estão custodiados em penitenciárias do Estado. Ele criticou a falta de investimentos nesta área e disse que os presídios de Mato Grosso têm funcionado como “universidades do crime”.
 
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A fala de Perri foi dada no III Encontro de Execução Penal da Defensoria Pública de Mato Grosso. O magistrado disse que nos últimos quatro anos o investimento no sistema prisional foi muito baixo. Apesar de reconhecer uma melhora em investimentos na atual gestão do Governo, ele afirmou que a questão ainda não é tratada como deveria.
 
“Pouco se tem investido na melhoria do sistema prisional. Fala-se muito em Segurança Pública, mas se descuida em tratar de um grave problema da segurança que é o sistema prisional, isto porque os nossos reeducandos, no mais das vezes saem piores do que entraram”.
 
Perri disse que em muitos casos o preso entra no sistema prisional com um comportamento de “animal de estimação” e sai com comportamento de “fera”. Ele afirmou que as unidades prisionais de MT têm funcionado como instituições para recrutamento de membros para facções criminosas.
 
“A realidade do nosso sistema prisional é que ele é na verdade uma universidade do crime, nas nossas penitenciárias é que estão instaladas as facções criminosas, os lideres das organizações em muitas circunstâncias não estão fora dos presídios, no caso de Mato Grosso estes líderes estão em nossos presídios, é de lá que partem as ordens para cometimento de crimes aqui fora”.
 
Além disso, o desembargador afirmou que, hoje, cerca de 3.300 membros de facções criminosas estão custodiados em unidades prisionais de Mato Grosso.
 
“Nós temos mapeado no Estado de Mato Grosso, segundo os serviços de inteligência do Estado, 3.300 faccionados dentro dos nossos presídios. Se nós temos 3.300 dentro, nós podemos imaginar o exército que tem aqui fora, porque a cada um que é recrutado dentro do presídio, nós temos pelo menos a família dele trabalhando por ele aqui fora”, avaliou.
 
Limpa nos presídios

 
Na semana passada circularam áudios que supostamente seriam de membros de uma facção criminosa, alertando para a possibilidade de um novo ‘salve geral’ em Cuiabá. As mensagens começaram a circular no último dia 13, após um limpa ser feito dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), com o objetivo de fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos.
 
"A cadeia vai sacudir tudinho. Fala pra família sua acordar para a vida. Não é só a cadeia não. A rua vai ficar louco o bagulho. Os caras vai ficar oprimindo nossos truta que estão lá guardados. Vamos colocar fogo na viatura, bombeiros, em todo mundo. Estamos começando a guerra", diz trecho de uma mensagem.
 
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