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Juiz afirma que intervenção na PCE desmonta cérebro do crime e excessos serão investigados

Da Redação - Wesley Santiago

O juiz da Vara de Execuções Penais de Mato Grosso, Geraldo Fidélis, destacou a importância da intervenção realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), com o objetivo de reestabelecer a ordem e realizar uma reforma na unidade. Segundo ele, a ‘Operação Agente Douglas’ serve para desmontar o cérebro do crime, instalado no local. Além disto, pontuou que as denúncias referentes a possíveis mais tratos e excessos serão investigados.

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“É um trabalho diferenciado de outros lugares. Aqui, não se deu um tiro dentro da penitenciária. Não tem como deixar de continuar com a operação. O que está se desmontando é o cérebro da arquitetura do crime no Estado. Há dez dias, estive em Mirassol D’Oeste, onde está tendo um júri de um assalto ao Banco do Brasil do município que foi gestado dentro da PCE. As ordens partiram de lá”, disse o magistrado.
 
Fidelis destacou a redução no número de crimes no Estado após o início da operação e destacou que o trabalho está sendo importante. Pontuou ainda que contratempos serão enfrentados de maneira pontual e reafirmou a importância de se aumentar o número de vagas para detentos.
 
“Todos sabem que os comandantes das facções estão presos no Brasil todo. O problema é que, mesmo assim, continuam comandando o crime. Temos que ser mais organizados que eles. Precisamos evitar as comunições por celular. Eles tentarão de tudo, nós temos que vedar este acesso”, explicou o juiz.
 
Fidelis ainda afirma que busca zelar pela integridade física e psicológica dos reedecundos. Ele destacou que denúncias aconteceram e “têm de ser investigadas para ver qual grupo cometeu excessos. Tudo é possível lá dentro, não vamos descartar nada e mandaremos os órgãos fiscalizarem”.

Apreensão

A intervenção realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE), que teve início no dia 12 de agosto deste ano, com o objetivo de fazer uma limpa e reformar a unidade, teve balanço divulgado nesta segunda-feira (16) pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp). No total, foram 171 celulares encontrados, 500 chips e até uma churrasqueira. O gestor da pasta, Alexandre Bustamante, destacou a redução no número de crimes neste período em que o acesso dos detentos ao mundo externo foi dificultado.

Entre os materiais apreendidos estão 171 celulares (de diversas marcas e modelos), mais de 500 chips de telefonia, 12 baterias de celular, drogas, facas artesanais (chuchos), churrasqueira, sanduicheira, entre outros.

Também foram apreendidos 352 cadernos do crime organizado, com detalhes da contabilidade das facções e seu relacionamento com o exterior da unidade. Parte deste material já está sendo analisado pela Polícia Civil e o setor de inteligência do sistema prisional.

A operação foi prorrogada por mais 30 dias, como já havia antecipado o Olhar Jurídico. Isso porque ajustes ainda precisam ser feitos, assim como uma estruturação. O secretário deixou claro também que os reeducandos que danificarem o ambiente serão punidos com a perda de benefícios.

Operação
 
A operação foi batizada de “Agente Douglas” em homenagem ao agente penitenciário executado por membros do Comando Vermelho, na cidade de Lucas do Rio Verde, com vário tiros de pistola 0,9 mm, quando chegava em sua residência.
 
A operação de reforma na Penitenciária Central do Estado foi iniciada no dia 12 de agosto. Estão sendo realizadas mudanças nas celas, pinturas e retirada de produtos que estão em desconformidade com o Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário.

Além da reforma, a operação de revista geral tem o objetivo de fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos.
 
A operação é realizada apenas na Penitenciária Central do Estado, não sendo estendida a nenhuma outra unidade no interior ou mesmo na Capital.
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