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Notícias / Criminal

Riva detalha pagamento de até R$ 10 milhões em cada eleição da Mesa; retrospectiva

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Proposta de delação premiada supostamente entregue pelo ex-deputado estadual Jose Riva ao Ministério Público (MPE) aponta que desde 1995 os deputados estaduais gastaram aproximadamente R$ 40 milhões durante negociações para as eleições da Mesa Diretora.

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As informações sobre as eleições da Mesa complementam lista com 38 nomes de ex-deputados e deputados que supostamente receberam mensalinho na Assembleia Legislativa.

Sobre os mensalinhos, os fatos tiveram início em 1995 e alcançaram montante aproximado de R$ 175 milhões.
 
Confira as eleições descritas por Riva e os valores supostamente gastos:
 
Mesa diretora 1995/1997
 
Segundo Riva, para a eleição da Mesa Diretora relativa ao período 1995/1997, houve pagamento de propina para votos dos deputados.

Porém, como o colaborador havia recém tomado posse, acabou sendo 1º Secretário por uma composição de seu partido (Partido da Mobilização Nacional – PMN).
 
Toda a coordenação dessa campanha foi feita pelo então deputado Gilmar Fabris, que já vinha de outra legislatura. Riva não se recorda dos valores exatos.
 
Mesa 1997/1999
 
Igualmente, houve repasse de propina, cujos valores o Colaborador não recorda com exatidão. Riva afirma, porém, que os gastos com a campanha foram de aproximadamente R$ 2 milhões.
 
Teriam Participado das negociações os seguintes deputados: Eliene Lima, Paulo Moura, Dito Pinto, Amador Tut, Manoel do Presidente (Manoel Ferreira de Andrade), Jorge Abreu, Ricarte de Freitas, Emanuel Pinheiro, Zilda Pereira Leite, Moisés Feltrin e Nico Baracat, os quais receberam entre R$ 150 mil e R$ 200 mil
 
Mesa 1999/ 2001
 
Segundo Riva, foram gastos aproximadamente R$ 3 milhões com compra dos votos de deputados.
 
Teriam recebido: Eliene Lima, Pedro Satélite, José Carlos de Freitas, Nico Baracat, Joaquin Sucena Rasga, Amador Tut, Emanuel Pinheiro, Gonçalo Domingos de Campos Neto, Dito Pinto, Alencar Soares e Carlão Nascimento.
 
Cada um dos parlamentares teria recebido entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.
 
Mesa 2001/2003
 
Teriam sido gastos cerca de R$ 3 milhões em propina para os deputados, financiada com valores desviados
 
Teriam recebido, segundo delator: Eliene Lima, Pedro Satélite, José Carlos de Freitas, Nico Baracat, Joaquin Sucena, Amador Tut, Emanuel Pinheiro, Campos Neto, Dito Pinto, Carlos Carlão Nascimento e Alencar Soares receberam.
 
Cada teria sido beneficiado com valores entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.
 
Mesa 2003/2005
 
Riva afirma que teriam sido gastos R$ 3 milhões, divididos em propinas com valores entre R$ 200 mil e R$ 250 mil para os seguintes parlamentares: Alencar Soares, Carlão Nascimento, Dilceu Dal’Bosco, Pedro Satélite, Nataniel de Jesus, Campos Neto, Joaquim Sucena, João Malheiros, Eliene Lima, José Carlos de Freitas, Sebastião Rezende, Sérgio Ricardo e Mauro Savi.
 
Mesa 2005/2007
 
Segundo Riva, houve gato de aproximadamente R$ 4 milhões.
 
Cada deputado teria recebido cerca de R$ 250 mil: Alencar Soares, Carlão Nascimento, Dilceu Dal’Bosco, Pedro Satélite, Nataniel de Jesus, Campos Neto, Joaquim Sucena, João Malheiros, Eliene Lima, Mauro Savi, Sergio Ricardo, José Carlos de Freitas e Sebastião Rezende.
 
Mesa 2007/2009
 
Foram gastos R$ 4 milhões.
 
Cada deputado teria recebido R$ 250 mil de propina. São citados: Dilceu Dal’Bosco, Walter Rabelo, João Malheiros, Chica Nunes, Ademir Brunetto, Guilherme Maluf, Adalto de Freitas, Humberto Bosaipo, José Domingos Fraga, Wallace Guimarães, Mauro Savi, Sebastião Rezende, Airton Português, Campos Neto, Maksuês Leite e Chico Galindo.
 
Mesa 2009/2011
 

Teriam sido gastos R$ 4 milhões, de forma a financiar o pagamento de R$ 300 mil a R$ 350 mil em propina para cada deputado.
 
O Colaborador assegura que os seguintes deputados receberam propina em troca da eleição da mesa: Guilherme Maluf, Chica Nunes, Adalto de Freitas, Dilceu Dal’Bosco, Wagner Ramos, Zé Domingos Fraga, Wallace Guimarães, João Malheiros, Mauro Savi, Sebastião Rezende, Ademir Brunetto, Maksuês Leite e Chico Galindo.
 
Mesa 2011/2013

Teriam sido gastos aproximadamente R$ 5 milhões para pagamento de propina aos deputados, que teriam recebido cerca de R$ 400 mil cada.
 
O Colaborador confirma que os seguintes parlamentares teriam recebido vantagem indevida: Ezequiel Fonseca, João Malheiros, Sebastião Rezende, Wagner Ramos, Baiano Filho, Nilson Santos, Wallace Guimarães, Walter Rabello, Dilmar Dal’Bosco, Zé Domingos Fraga, Guilherme Maluf e Ademir Brunetto.
 
Mesa 2013/2015
 
Teriam sido gastos cerca de R$ 10 milhões. O colaborador confirma que foi organizado um grupo de 8 deputados que teriam recebido cada um propina de R$ 800 mil:  Ezequiel Fonseca, Ademir Brunetto, Guilherme Maluf, Wagner Ramos, Wallace Guimarães, Walter Rabello, Zé Domingos Fraga e Antônio Azambuja (o qual teria dividido o valor com Mauro Savi a título de empréstimo 4.
 
Os deputados Sebastião Rezende, Baiano Filho, Nilson Santos, Airton Poruguês, Luiz Marinho, João Malheiros e Dilmar Dal’Bosco teriam recebido entre R$ 400 mil e R$ 500 mil cada.
 
Mesa em 2015
 
Mesmo fora da Assembleia Legislativa, Jose Riva informou ainda pagamento de valores em 2015.
 
“O Colaborador teve conhecimento de que na eleição da mesa diretora (2015/2017) houve uma negociação com os Deputados Estaduais envolvendo dinheiro, e até imóveis entregues a dois Deputados em troca de votos, sendo que alguns valores ainda se encontram em aberto”.
 
Teriam atuado como garantidores, segundo Riva: Mikael Maluf, Zezo Maluf, bem como o próprio deputado Guilherme Maluf.
 
“Nesse sentido, esclarece o Colaborador que o Deputado Silvano recebeu um apartamento no Edifício Campo D´Ourique no bairro Santa Rosa, Cuiabá/MT, esse apartamento estava registrado em nome de Isabelle Carvalho (filha do empresário Mauro Carvalho)". A defesa de Carvalho informou à reportagem que o imóvel sempre foi da filha do empresário e atualmente está alugado.  Silvano entrou em contato com a reportagem para afirmar que alugou e pagou de forma lícita um apartamento no condomínio, porém, o imóvel não tinha ligação com Mauro Carvalho. 

O Deputado Wancley, por sua vez, também teria recebido um apartamento no Município de Cuiabá/MT, sendo sua localização desconhecida pelo Colaborador”.

Riva

A reportagem entrou em contato com Jose Riva. O ex-deputado afirmou que estava em reunião e preferiu não comentar sobre o documento atribuído a ele.
 
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