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Juiz convoca coronéis para analisar revogação de medidas cautelares de militar alvo da Operação Coverage

Da Redação - Vinicius Mendes

O juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, convocou sete juízes militares para analisar a revogação das medidas cautelares referentes ao tenente coronel Sadá Ribeiro Parreira, que obteve o benefício para que pudesse desempenhar suas funções de Chefe de Gabinete do Subchefe do Estado Maior Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Parreira é réu no processo oriundo da “Operação Coverage”, que apurou esquema de adulteração de dados de uma arma utilizada em homicídios.
 
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Em dezembro do ano passado o juiz Marcos Faleiros revogou algumas medidas cautelares em decorrência da Operação Coverage e autorizou ao tenente coronel Sadá Ribeiro Parreira acesso de usuário e senha do Sistema de Computadores da Polícia Militar, incluindo sistemas de inteligência, informação e logística, para que conseguisse desempenhar suas funções de chefe de gabinete.
 
Ao revogar as cautelares, o magistrado citou que a função para qual o militar foi nomeado exigiria acesso à rede corporativa do Gabinete. Ele também afirmou que, conforme atestado pelo policial coordenador de Tecnologia da Informação, qualquer utilização indevida dos sistemas poderão ser rastreados.
 
Em ofícios publicados nesta terça-feira (7) ele intimou os coronéis Ricardo Antônio Bezerra Costa e Lázaro Leandro Nunes e os tenentes-coronéis Darwin Salgado Germano, Andreia Vital Costa, Robson Fernando Martins Antonietti, Benedito Sérgio de Souza Pinheiro Ferreira e Lindberg Carvalho de Medeiros para uma sessão no próximo dia 22 de janeiro, “a fim de analisar a revogação de medidas cautelares, podendo ratificá-las ou não”.
 
Operação Coverage
 
A operação do GAECO visou cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar e pessoal contra os policiais militares 2º Ten PM Cleber de Souza Ferreira, Ten PM Thiago Satiro Albino, Ten Cel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola e Ten Cel PM Sada Ribeiro Parreira, por crimes de organização criminosa armada, obstrução de justiça, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
 
De acordo com a investigação realizada pela Promotoria Militar com o apoio do GAECO, a partir de provas compartilhadas pela Polícia Civil, devidamente autorizada pelo Poder Judiciário, exame balístico comprovou que uma pistola tipo Glock, 9 mm, pertencente ao tenente Cleber de Souza Ferreira foi utilizada em 7 crimes de homicídio (4 tentados e 3 consumados) praticados pelo grupo de extermínio denominado Mercenários.
 
Conforme as investigações, com a finalidade de obstruir as investigações relacionadas aos referidos homicídios, os policiais militares articularam a alteração do registro da arma de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema da Polícia Militar, tudo para ocultar que na data dos 7 crimes de homicídios a pistola já estava em poder do tenente Cleber de Souza Ferreira.
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