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Acidente com pólvora em 2019 evidencia desleixo com material bélico, avalia MPE

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Depoimento colhido pela Polícia Civil cita suposto acidente com pólvora ocorrido em dezembro de 2019 na casa do empresário Marcelo Martins Cestaria. A informação consta em recurso do Ministério Público (MPE) requerendo que fiança seja majorada para 100 salários mínimos. Com a medida, o MPE espera reformar a decisão que estabeleceu o valor da fiança em R$ 52 mil, o equivalente a 50 salários mínimos. 

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Marcelo Martins Cestari é pai da adolescente que fez o disparo de uma pistola que provocou a morte de outra adolescente no Condomínio Alphaville, em Cuiabá, durante o mês de julho. Segundo o MPE, depoimento citando acidente com pólvora ocorrido em 2019 evidencia que o acusado “trata o enorme estoque bélico que possui como se fossem objetos de uso corriqueiro, como um celular, um controle remoto”.
 
Conforme apurou a reportagem, o depoimento citado pelo Ministério Público foi prestado por Cleunice Aparecida da Cruz, vizinha da família Cestari. “A depoente ouviu dizer que em dezembro/2019 houve um acidente com pólvora na casa da família Cestari”, apresenta trecho do depoimento.
 
O Olhar Jurídico entrou em contato com o advogado Ulisses Rabaneda, que atua na defesa de Marcelo Cestari. Ele afirmou que ainda não leu o recurso do MPE e também não se recordava sobre citação em depoimento sobre o suposto acidente.

O recurso
 

No recurso, o promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes destacou que o empresário alvo da fiança possui alto padrão financeiro. O MPE contesta os argumentos apresentados de que Cestari estaria enfrentando dificuldades.

O promotor de Justiça apontou ainda os efeitos gravíssimos da prática do ilícito que resultou na morte da adolescente. Afirmou também que o empresário não está indiciado formalmente apenas pelo delito de posse de arma, mas também em outros delitos. Em tese, poderá responder por homicídio culposo e por entregar à adolescente arma ou munição.
 
O caso


Marcelo Cestari foi preso em flagrante com duas armas de fogo de uso permitido sem a devida documentação. Na data dos fatos, em decorrência da suposta conduta que vitimou a adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, a polícia localizou na residência do recorrido sete armas de fogo.

Na ocasião, o empresário foi colocado em liberdade provisória após o pagamento de R$ 1.000,00. Em 14 de julho, o MPE manifestou-se no processo e pugnou pela majoração do valor da fiança para 100 salários mínimos.
 
Em 15 de julho, o juiz aplicou uma fiança em R$ 209 mil. Logo em seguida, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu suspender a decisão. No dia três de agosto, o juízo proferiu uma nova decisão, estabelecendo o valor da fiança em 50 salários mínimos.
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