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Notícias / Eleitoral

Covid impede oitiva de Leitão em investigação sobre esquema do PSDB delatado por ex-secretário

Da Redação - Arthur Santos da Silva

A pandemia do novo coronavírus fez com que o delegado André Monteiro da Silva, membro da Polícia Federal (PF), suspendesse temporariamente oitiva do candidato ao Senado, Nilson Leitão (PSDB), em inquérito instaurado com base na delação premiada do ex-secretário de Educação de Mato Grosso, Permínio Pinto.

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A informação foi confirmada por meio de despacho datado do dia 10 de setembro e gerou a concessão de mais 90 dias para finalização das investigações. Atualmente o caso está na 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
 
Segundo os autos, Permínio delatou que, durante a campanha eleitoral do ano de 2014, a pedido do estão deputado federal Nilson Leitão, recebeu em sua própria conta bancária o valor de R$ 175 mil, divididos em três depósitos: R$ 40 mil, R$ 60 mil e R$ 75 mil.
 
Conforme delação de Permínio, o valor, segundo declarado por Nilson Leitão na ocasião, teria sido dividido entre Wilson Santos, Carlos Avalone e Guilherme Maluf, então candidatos ao cargo de deputado estadual. Todos os nomes pertenciam ao PSDB. Foram instaurados Inquérito Policiais específicos para cada um dos citados. O inquérito em que a oitiva de Leitão é aguardada diz respeito a Wilson Santos.
 
“Considerando o atual estado de calamidade pública e os termos do Art. 2º da Portaria nº 330-COGER/PF de 16/03/2020 que ‘Disciplina a forma de execução de audiências e outras atividades de polícia judiciaria enquanto perdurar o estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19)’, ficam suspensas as oitivas não consideradas urgentes e prioritárias. Desta forma, as oitivas de NILSON LEITAO e WILSON SANTOS ainda não foram realizadas, sendo estas as próximas diligências indicadas na linha de investigação adotada”, afirmou o André Monteiro da Silva em despacho de setembro.
 
Com base no despacho da PF e em posterior manifestação do Ministério Público, houve concessão de mais 90 dias para a conclusão dos trabalhos investigatórios. A concessão de mais prazo dois estabelecida no dia 2 de outubro.

Outro lado

Leitão nega crime de caixa 2 e ressalta que nunca foi intimado sobre o assunto

O candidato Nilson Leitão nega veementemente que tenha praticado crime de caixa 2 nas eleições de 2014, conforme a delação do ex-secretário estadual de Educação, Permínio Pinto, em 2017. Mais uma vez, ele destaca que sequer foi intimado para ser ouvido pela Polícia Federal. 

“Esse inquérito foi instaurado em 2019, não tinha pandemia no ano passado e agora, dias antes da eleição surge esse assunto? Esse inquérito não me diz respeito, não tenho nada a esconder, estou e sempre estive à disposição da Justiça”. 

Leitão destaca ainda que quem está praticando caixa 2 são os adversários dele. “Tem candidato comprando prefeitos, vereadores e a Justiça não esta vendo isso?”. 

Nilson Leitão diz que Permínio Pinto não falou a verdade e acredita que a tentativa de envolvê-lo foi para que o processo subisse para instâncias superiores para ganhar tempo, pois na época Nilson Leitão tinha foro privilegiado por ser deputado federal.
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