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MP pede intervenção municipal e sugere que Águas de Sorriso pague multa de R$ 100 milhões

Da Redação - Bruna Bom

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso ingressou com ação civil pública, com pedido de liminar, contra a concessionária Águas de Sorriso, requerendo a indisponibilidade dos bens imóveis da empresa. A medida visa assegurar que, ao final da ação, caso seja condenada, a concessionária efetue o pagamento a título de danos morais coletivos na ordem de R$ 100 milhões e a restituição em dobro dos valores cobrados a mais e indevidamente dos usuários a título de tarifa de tratamento de esgoto e de abastecimento de água.

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Na ação, o MPMT apresenta uma série de problemas em relação aos serviços prestados pela empresa desde que assumiu a concessão dos serviços, no ano de 2000. Entre eles, a falta de água em todas as regiões da cidade, baixa pressurização na rede de distribuição, mal atendimento prestado aos usuários dos serviços de saneamento básico, danos provocados por obras, intervenções da empresa nas vias públicas e calçadas e descumprimento referente às normas de segurança do trabalho.

Além da indisponibilidade de bens da empresa, na ação o MPMT também requer ao Poder Judiciário que determine a intervenção do Município de Sorriso no serviço de saneamento básico para que seja elaborado e executado um plano de reestruturação do serviço. 

O objetivo é garantir que os problemas apontados na ação sejam sanados, para que o atendimento ao consumidor ocorra de forma segura, contínua, eficaz e adequada, com a assunção provisória da prestação dos referidos serviços pelo Município.

Ainda em caráter liminar, a 3ª Promotoria de Justiça de Sorriso pleiteia a suspensão imediata da cobrança da tarifa de tratamento de esgoto. Requer também o agendamento de audiências públicas para que a população seja ouvida sobre a extensão dos danos causados pela requerida aos consumidores.

Mais de 20 anos

Consta na ação, que já se passaram 20 anos de concessão e o padrão de satisfação com o serviço previsto em contrato está seriamente afetado por reclamações que aumentam todos os anos e envolvem a má qualidade no abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto.

Segundo o MPMT, até o momento a concessionária executou apenas em torno de 30% do sistema de coleta e tratamento de esgoto, descumprindo os prazos pactuados no referido contrato, cujo conteúdo prevê que a universalização do atendimento deveria ocorrer até o final do ano de 2023.
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